Brasília, 25 mar (Xinhua) — O Banco Central (BC) do Brasil reduziu a projeção oficial para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) este ano de 3,8 para 3,6%, de acordo com o Relatório Trimestral da Inflação divulgado nesta quinta-feira.
Para a autoridade monetária, o resultado “depende da continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira, condição essencial para permitir a recuperação sustentável da economia”.
“Em termos de trajetória, a projeção para o PIB é de recuo moderado ao longo do primeiro semestre, seguido de recuperação relevante nos últimos dois trimestres do ano, decorrente da redução esperada na taxa de letalidade da COVID-19 e no número de internações, com o avanço da vacinação”, diz o relatório.
Para isso, o BC considera a manutenção do regime fiscal e nova rodada de auxílio emergencial, de aproximadamente 44 bilhões de reais (US$ 7,8 bilhões), com pagamentos concentrados no segundo trimestre do ano.
Entre os fatores para a redução da projeção, o BC cita ainda a “elevada incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia, sobretudo no primeiro e segundo trimestres deste ano”, devido ao aumento de casos de COVID-19 a novas medidas de restrição às atividades.
“Esse processo de agravamento recente da crise sanitária possivelmente interrompe ou atrasa a recuperação da atividade econômica”, diz o relatório.
Por outro lado, para o BC, um possível recuo da economia “tende a ser bem menos profundo do que o observado em 2020, e provavelmente seria seguido por rápida recuperação, especialmente no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente”.
Em 2020, o PIB fechou o ano com queda de 4,1% em razão dos efeitos da pandemia.
A expectativa do BC é que a vacinação em massa, além de oferecer proteção contra casos mais leves de COVID-19, reduza significativamente o número de casos graves, diminuindo a pressão sobre o sistema hospitalar e permitindo uma reabertura mais rápida da economia.
Segundo a autoridade monetária, a inflação deverá fechar 2021 em 5% no cenário com taxas de juros de 4,5% anual em 2021 e de 5,5% anual em 2022, e um câmbio a partir de 5,70 reais por dólar.
Com o recente aumento da inflação, o Banco Central elevou a taxa de juros básica Selic de 2% para 2,75% anual.
O BC também indicou que decretará uma nova subida na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio.