Berlim – Há quase 40 anos, o veterano do turismo alemão Heinrich Kriwet guarda uma pequena réplica de bronze de um cavalo alado, uma lembrança que carrega 2.000 anos de história e a conexão de toda a vida de Kriwet com a China.
A obra-prima original em bronze da Dinastia Han Oriental (25-220), popularmente conhecida como “Cavalo de Bronze Galopando sobre uma Andorinha Voando”, é celebrada há muito tempo por sua vívida sensação de movimento e equilíbrio perfeito.
“Comprei a réplica em 1986 em Lanzhou, capital da província de Gansu, no noroeste da China”, disse o alemão de 67 anos. “Ela simboliza velocidade e harmonia, representando o espírito do turismo chinês”.
Gansu, localizada ao longo da antiga Rota da Seda, era um corredor vital que ligava a antiga capital da China, Chang’an, o ponto de partida da rota, à Ásia Central e além.
Kriwet veio à China pela primeira vez em 1982 como um dos primeiros estudantes alemães de intercâmbio. Após dois anos de estudos na China, ele voltou para casa fluente em chinês e determinado a permanecer envolvido. “Passei quase toda minha vida trabalhando com turismo relacionado à China”, disse ele.
Em Berlim, ele representou uma agência de viagens chinesa por mais de duas décadas. Mesmo aposentado, seu entusiasmo pela China e pelo intercâmbio cultural continua intacto.
“Este ano, organizei uma caravana de 38 motorhomes da Alemanha. O grupo se encontrou na Turquia e depois viajou junto pela antiga Rota da Seda até a China, uma jornada de sete meses antes de retornar à Europa”, disse ele.
Kriwet compartilhou sua história sobre a China na noite de terça-feira em um evento de promoção cultural e turística da província de Gansu, no Centro Cultural Chinês em Berlim. Baseando-se em fotografias aéreas de Lanzhou tiradas por pilotos alemães na década de 1930, ele relatou como engenheiros alemães ajudaram a construir a icônica Ponte Zhongshan da cidade na Dinastia Qing (1644-1911) e os longos laços históricos entre a Alemanha e Gansu.
Ao longo dos anos, Kriwet viu as enormes mudanças que transformaram a China. “Na década de 1980, um voo de Berlim para Shanghai levava seis dias”, disse ele. “Hoje, leva apenas algumas horas, facilitando muito as viagens”.
Kriwet compartilhou sua história com a China na noite de terça-feira, em um evento de promoção cultural e turística da província de Gansu, no Centro Cultural Chinês em Berlim. “A recente prorrogação da política de isenção de visto da China é outro grande incentivo”, disse ele à Xinhua. “Acredito que mais viajantes da Alemanha e de toda a Europa em breve pisarão nesta terra fascinante”.
Em novembro de 2023, a China anunciou um teste unilateral de entrada sem visto para portadores de passaportes comuns da França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Malásia, a partir de 1º de dezembro de 2023. Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que estenderá a isenção de visto para mais de 40 países, incluindo a Alemanha e muitos outros países europeus, até 31 de dezembro de 2026.
No evento, Li Dianjun, vice-diretor do departamento provincial de cultura e turismo de Gansu, descreveu a província como uma porta de entrada fundamental na antiga Rota da Seda, convidando os viajantes alemães a seguirem a rota da Rota da Seda, descobrirem a civilização do Rio Amarelo e vivenciarem as diversas paisagens de Gansu.
Para dar à noite um verdadeiro gostinho de Gansu, o evento promocional terminou com uma demonstração ao vivo da preparação do macarrão de carne de Lanzhou, um prato local muito apreciado, conhecido por seu caldo claro, rabanete branco, óleo de pimenta vermelha picante, ervas frescas e macarrão com textura firme. Enquanto o chef esticava a massa em fios longos e finos, o aroma rico preenchia o salão.
“Mal posso esperar para visitar e provar o autêntico macarrão de Lanzhou”, disse Clarence, um criador de conteúdo alemão para mídias sociais, acrescentando que o evento destacou a rica herança cultural e as diversas paisagens de Gansu, proporcionando uma impressão completamente nova da província.
“Para mim e muitos outros, a antiga Rota da Seda não é mais apenas uma linha no mapa, mas uma jornada viva que ainda nos convida a viajar, descobrir e conectar”, acrescentou Kriwet.
