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Destaque: Recuperando suas culturas – estudantes bolivianos aprendem com a China

A Comunidade Educativa Chino Boliviana Sariri, em La Paz, fundada em 2016, tem uma missão clara: recuperar, revitalizar e honrar as culturas indígenas, particularmente a aimará, enquanto promove o aprendizado da cultura chinesa como ponte para uma compreensão global mais ampla.

Por Li Xin e He Bing

La Paz – Sob a claridade da manhã, um grupo de crianças pratica movimentos fundamentais das artes marciais chinesas no pátio da escola. Eles frequentam a Comunidade Educativa Chino Boliviana Sariri em La Paz, Bolívia, uma escola que tem a integração cultural como sua marca registrada, combinando a filosofia dos Andes com a sabedoria da China.

Fundada em 2016, a escola tem uma missão clara: recuperar, revitalizar e honrar as culturas indígenas, particularmente a aimará, enquanto promove o aprendizado da cultura chinesa como ponte para uma compreensão global mais ampla.

“Acreditamos que é muito importante para a Bolívia recuperar sua cultura como país, porque é na cultura que os valores são encontrados”, disse a diretora da escola, Cecilia Pinedo, em entrevista à Xinhua. Para ela, a escola é “uma semente de identidade” para as próximas futuras.

Ao falar sobre esse processo de recuperação cultural, Pinedo destaca as inspirações que a escola extrai da China.

“Para nós, a China é um exemplo a ser seguido, porque o país é muito forte em preservar sua história, sua língua e sua cultura. Acreditamos que a China é grandiosa hoje porque nunca perdeu suas raízes culturais”, disse ela.

Para a professora de inglês Vanessa Bonilla, a força da escola está na convergência de duas civilizações antigas, alicerçadas em valores duradouros.

“É isso que me motiva a ficar: continuar aprendendo e, ao mesmo tempo, transmitir aos estudantes os valores, costumes e tradições ancestrais de ambas as culturas”, disse ela.

Muitos pais também se sentem atraídos pelo ensino de artes marciais chinesas na escola, que “não é só uma atividade física, mas também transmite filosofia e valores”, acrescentou Bonilla.

Em Sariri, artes marciais, línguas chinesa e aimará, e música tradicional boliviana são partes essenciais do currículo, tornando a escola pioneira na Bolívia.

Os estudantes dizem que essa educação os transformou profundamente.

Oscar Huanacuni, 13 anos, que pratica artes marciais há anos, disse que a lição mais importante que aprendeu é: “Nunca desista. Mesmo quando seu corpo dói, você deve continuar”.

Luciana Ceballos, estudante do sexto ano que foi à China para participar de competições internacionais de artes marciais, relembrou a beleza do país e a hospitalidade de seu povo.

“Adoraríamos voltar”, disse ela.

Após nove anos de desenvolvimento, Sariri agora conta com mais de 100 estudantes e expandiu suas atividades para o ensino médio.

Olhando para o futuro, Pinedo e Bonilla expressaram o desejo de fortalecer ainda mais os intercâmbios culturais e acadêmicos entre a China e a Bolívia. Eles esperam que mais estudantes bolivianos estudem na China e que mais estudantes chineses aprendam sobre a cultura andina.

“Queremos que nossos jovens caminhem, assim como a palavra Sariri significa ‘aquele que carrega mensagens enquanto caminha’, com a força de suas raízes e a abertura dos Andes para o mundo”, disse Pinedo.

Agência Xinhua

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