Xinhua – Diario de Pernambuco

A maior agência de notícias da China e um dos principais canais para conhecer o país

Tecnologia e equipamentos chineses ajudam agricultor kuwaitiano a transformar deserto em local agrícola próspero

Cidade do Kuwait – A mais de uma hora de carro ao sul da Cidade do Kuwait, o horizonte urbano dá lugar a vastas extensões de deserto na área de Al Wafrah, na província de Ahmadi.

Nessa paisagem escaldante, onde a vegetação é escassa e o verde é raro, o agricultor Sari Al-Azmi fez o extraordinário: criou um local agrícola próspero, impulsionado por tecnologia e equipamentos chineses.

“Em agosto deste ano, as bananas que cultivei foram vendidas no mercado local pela primeira vez, também é a primeira safra de bananas cultivadas localmente no Kuwait”, disse Al-Azmi à Xinhua, com muito orgulho. Sua conquista foi celebrada na mídia local como um “marco” na agricultura kuwaitiana.

O agricultor kuwaitiano Sari Al-Azmi trabalha em sua fazenda na província de Ahmadi, Kuwait, em 31 de outubro de 2025. (Foto por Asad/Xinhua)

Al-Azmi guiou receptivamente um grupo de visitantes chineses por suas estufas, onde uma brisa fresca os recebeu antes mesmo de entrarem. Fileiras de plantas exuberantes e árvores frutíferas contrastavam fortemente com a terra árida do lado de fora. Ele tocou na estrutura de aço e na cobertura de plástico com muito orgulho, e então acionou um interruptor para demonstrar o sistema automatizado de resfriamento de água. Sorrindo, ele repetiu a palavra árabe “alsini”, que significa “China”. “Todo esse equipamento vem da China”, disse ele.

O agricultor kuwaitiano Sari Al-Azmi mostra o sistema chinês de resfriamento de água por circulação em sua fazenda na província de Ahmadi, Kuwait, em 31 de outubro de 2025. (Foto por Asad/Xinhua)

De fitas adesivas e foices a triciclos elétricos e tratores, grande parte do que mantém a fazenda funcionando foi importado da China. Agricultor a vida toda, ofício que aprendeu com o pai, Al-Azmi sempre sonhou em transformar o deserto em terra fértil. Durante anos, o clima rigoroso impossibilitou isso.

Mas, à medida que a cooperação entre o Kuwait e a China aumentou no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, proposta pela China, a tecnologia chinesa começou a oferecer novas soluções.

“Em 2016, começamos a desenvolver a agricultura em instalações modernas. Para conhecer tecnologias e equipamentos, visitamos vários países”, lembrou Al-Azmi. Foi na Feira de Cantão, em Guangzhou, que ele encontrou o sistema de estufa automatizado que mudaria sua fazenda para sempre.

“A China nos causou uma ótima impressão. Em Guangzhou, aprendemos sobre as mais recentes tecnologias agrícolas e trouxemos muitas delas para o Kuwait”, disse ele.

Hoje, a fazenda de Al-Azmi abrange 85.000 metros quadrados e inclui mais de 200 estufas equipadas com sistemas de refrigeração chineses. Mesmo quando as temperaturas externas chegam perto de 50 graus Celsius, ventiladores e circulação de água mantêm as estufas abaixo de 30 graus Celsius, superando um dos maiores desafios da agricultura no deserto.

Trabalhadores na fazenda de Sari Al-Azmi na província de Ahmadi, Kuwait, em 31 de outubro de 2025. (Foto por Asad/Xinhua)

De acordo com a União dos Agricultores do Kuwait, há cerca de 7.500 grandes fazendas no país, a maioria localizada em Al Wafrah e em Al Abdali. A maioria utiliza equipamentos e materiais fabricados na China, desde máquinas pesadas e ventiladores para estufas até sistemas de irrigação por gotejamento e fertilizantes.

Movido por uma mistura de paixão e pragmatismo, Al-Azmi acompanha de perto os preços do mercado. “A maioria das frutas e vegetais no Kuwait depende de importações, e as bananas geralmente são muito caras aqui”, disse ele. “Então pensei: agora que temos essas estufas, por que não cultivá-las?”.

Ele começou com oito bananeiras. Todas sobreviveram, floresceram e produziram mudas. Hoje, sua fazenda possui mais de 20.000 bananeiras.

“Nossa agricultura não é apenas para lucro, é para servir o país que amamos”, disse Al-Azmi. “As bananas importadas são vendidas por cerca de 0,6 dinares kuwaitianos (aproximadamente 2 dólares americanos) por quilo, enquanto as nossas, cultivadas localmente, são vendidas por 0,3 dinares. Conseguimos reduzir o preço pela metade. O que torna nossas bananas únicas é o frescor, elas vão direto da fazenda para o consumidor”.

O agricultor kuwaitiano Sari Al-Azmi trabalha em sua fazenda na província de Ahmadi, Kuwait, em 31 de outubro de 2025. (Xinhua/Liu Lei)

Agora sua fazenda cultiva mais de 30 tipos de frutas e vegetais, incluindo laranjas e pitaia. Ela virou um ponto de referência local, atraindo moradores e até mesmo membros da família real kuwaitiana. Al-Azmi foi recebido e elogiado duas vezes pelo chefe de Estado do país.

Ao pôr do sol sobre as dunas douradas, Al-Azmi ainda estava ansioso para mostrar mais aos visitantes chineses. Antes de partirem, ele acendeu um incensário árabe tradicional, um gesto de bênção e amizade duradoura, e o ofereceu aos seus convidados.

Agência Xinhua

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Voltar ao topo