Roma – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) inaugurou na sexta-feira uma exposição global intitulada “Das Sementes aos Alimentos”, em Roma, comemorando oito décadas de cooperação internacional no combate à fome e na transformação dos sistemas agroalimentares.
Realizado no Parque de Porta Capena, em frente à sede da FAO, o evento marcou o início das comemorações do 80º aniversário da Organização.
Em seu discurso de abertura, o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, disse que cada refeição começa com algo pequeno: uma semente, uma muda, um alevino ou material genético que se desenvolve na vasta diversidade de alimentos que nutrem a humanidade.
“A alimentação não é apenas sobre ciência ou biologia, mas também sobre pessoas: agricultores, pescadores, pastores, cientistas, jovens e mulheres cujas mãos e mentes possibilitam a comida todos os dias”, disse ele.
A cerimônia atraiu líderes e autoridades de todo o mundo, incluindo o rei Letsie III do Lesoto, o ministro do Planejamento do Desenvolvimento Nacional da Indonésia, Rachmat Pambudy, a conselheira de Agricultura, Meio Ambiente e Resíduos de Roma, Sabrina Alfonsi, e o embaixador representante-permanente da Itália nas Agências da ONU em Roma, Bruno Archi.
O rei Letsie III chamou a exposição de uma “plataforma única” que expõe o patrimônio agrícola e a inovação. “A jornada dos alimentos, desde a semente até a refeição em nossas mesas, conta a história da sobrevivência, resiliência e criatividade humanas”, disse ele.
Pambudy, da Indonésia, enfatizou que “por trás de cada grão de arroz ou fruta há mãos de agricultores que merecem respeito e reconhecimento por seu trabalho árduo”.
Transformando o Parque de Porta Capena em uma galeria a céu aberto, a exposição guia os visitantes por pavilhões regionais e de inovação, destacando práticas agrícolas tradicionais e tecnologias modernas, desde réplicas do Banco Global de Sementes de Svalbard até estufas hidropônicas e drones agrícolas. Uma passarela de madeira de pinho recuperada, projetada para proteger as raízes de árvores centenárias, permanecerá no parque como um legado para a cidade de Roma.
Em declarações à Xinhua, Chikelu Mba, vice-diretor da Divisão de Produção e Proteção Vegetal da FAO, disse que a exposição serve como reflexão e como um chamado à ação.
“Nosso objetivo é fazer um balanço do progresso alcançado no combate à insegurança alimentar e à desnutrição nos últimos 80 anos e reconhecer que ainda há muito trabalho a ser feito”, disse ele.
Mba ressaltou a necessidade de parcerias globais mais fortes para tornar a inovação agrícola acessível a todos. “Todos têm um papel a desempenhar, desde governos e setor privado até a sociedade civil e a academia. As soluções estão disponíveis, mas devem chegar a todos para não deixarmos ninguém para trás”, acrescentou ele.
Ele observou que o diretor-geral da FAO frequentemente destaca a experiência da China como um modelo importante para outros países em desenvolvimento. “Há apenas 40 anos, a China enfrentava insegurança alimentar e desnutrição”, disse Mba.
“Seu sucesso em tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza e da fome é um exemplo válido que pode ser repetido por meio da cooperação Sul-Sul e triangular”.
Acompanhando o quinto Fórum Mundial da Alimentação e antecedendo o Dia Mundial da Alimentação de 2025, “Das Sementes aos Alimentos” destaca o compromisso de longa data da FAO em promover “melhor produção, melhor nutrição, um meio ambiente e uma vida melhores”, disse Mba.
“Ao comemorarmos os 80 anos da FAO, somos lembrados de que cada semente contém a promessa de um futuro melhor”, acrescentou Qu.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), Qu Dongyu (2º à esquerda), visita a exposição global da FAO intitulada “Das Sementes aos Alimentos” em Roma, Itália, em 10 de outubro de 2025. A FAO inaugurou a exposição global “Das Sementes aos Alimentos”, em Roma, na sexta-feira, comemorando oito décadas de cooperação internacional no combate à fome e na transformação dos sistemas agroalimentares. (FAO/Divulgação via Xinhua)
