A embaixadora de Moçambique na China, Maria Gustava, espera que a Cúpula de 2024 do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que vai de 4 a 6 de setembro em Beijing, gere mais êxitos na relação entre os dois países. Na manifestação recente, Maria Gustava destacou ainda que China e Moçambique têm uma amizade profunda e confiança mútua e trilham juntos o caminho do desenvolvimento.
A embaixadora afirmou que as cooperações entre os dois lados abrangem as áreas agrícola, industrial, energética, de infraestrutura e turística. Para a diplomata, o grupo de agricultores de Moçambique ocupa aproximadamente 80% da população do país. Por isso, a modernização da agricultura é prioridade.
Durante anos de cooperação, a China trouxe ao país africano sementes de qualidade, tecnologia avançada e assistência financeira, o que promoveu a eficiência produtiva agrícola local. Um exemplo disso é o Projeto Wanbao, maior iniciativa de cultivo de arroz implementada pela China na África.
Gustava adiantou que seu país manterá o foco na parceria agrícola durante a cúpula. Ela apontou que não é suficiente impulsionar a produção agrícola. O mais importante, frisou a embaixadora, será aumentar o valor agregado dos produtos do setor, o que será uma tendência no desenvolvimento da agricultura moçambicana no futuro. A diplomata espera reforçar a cooperação com a China no processamento da produção agrícola.
Segundo Gustava, a industrialização e a formação dos profissionais são outros temas que serão destacados pelo país no FOCAC. Moçambique e China vão impulsionar a parceria na infraestrutura, além de aprofundar a cooperação no setor energético.
“Sem profissionais de qualidade não tem como aproveitar as vantagens de ricos recursos florestais e minerais do nosso país”, condicionou a embaixadora. Conforme Gustava, a China está promovendo a formação profissional em parceria com os países africanos. Muitos jovens moçambicanos que já vieram a estudar no país asiático vão regressar à sua terra natal para contribuir com o desenvolvimento nacional.
Para a diplomata, o evento tem também uma perspetiva ligada ao bem-estar do povo, a uma maior conexão entre os dois lados e a um planejamento de desenvolvimento comum no futuro.
“Por meio desse mecanismo, a África e a China podem realizar a cooperação com base na convivência harmoniosa e segurança e consolidar a aprendizagem mútua das civilizações, a fim de absorver as experiências uma da outra e concretizar o desenvolvimento de alta qualidade”, afirmou a embaixadora moçambicana.