O 1º Fórum Financeiro China-Brasil foi realizado nestas terça-feira (19) em Beijing, como uma iniciativa incorporada à 10ª Reunião da Subcomissão Econômico-Financeira da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN).
Co-presidido pelo vice-ministro do Ministério das Finanças da China, Liao Min, e pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda do Brasil, Tatiana Rosito, o evento conta com a participação de 20 instituições financeiras e empresas dos dois países, com vista a propiciar um suporte financeiro de alta qualidade para convergirem suas estratégias de desenvolvimento.
O encontro acontece no marco das celebrações do 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil e em preparação à VII Reunião Plenária da COSBAN, que também completa 20 anos de criação.
O fortalecimento do pagamento em moeda local, financiamento verde e investimento em infraestruturas foram os temas mais abordados. Na sua intervenção, o vice-ministro das Finanças, Liao Min, prometeu prestar o máximo apoio para aprofundar as cooperações financeiras, cumprindo o consenso alcançado pelos dois Chefes de Estado.
Conforme apresentou o presidente do Banco de Desenvolvimento da China (CDB, na sigla em inglês), Tan Jiong, o órgão já emitiu um total de US$ 53,4 bilhões de empréstimos no Brasil e tem participado ativamente dos mecanismos de coordenação bancária e financeira com os colegas brasileiros. Ele sugeriu que os pares financeiros colaborem ainda mais com as autoridades para reforçar a comunicação política, assim garantindo a implementação contínua dos grandes projetos de cooperação.
Como um dos principais condutores de investimento chinês no exterior, o CDB focará seu trabalho em implementar um projeto de janela de financiamento em 350 bilhões de yuans, destinado a cooperação do Cinturão e Rota. Acredita-se que isso injete nova força motriz para parceria China-Brasil rumo ao desenvolvimento e prosperidade.
Na entrevista ao Grupo de Mídia da China (CMG), a vice-ministra Tatiana Rosito avalia positivamente o engajamento da parte chinesa para ampliar o diálogo e o entendimento dos dois lados no sentido de aprimorar as formas de cooperação bilateral em diversas áreas, incluindo cooperação bancária, de seguros, finanças sustentáveis e molduras para investimentos na área financeira.
Questionada sobre o progresso na liquidação na própria moeda, Tatiana Rosito afirmou que o Renminbi hoje no Brasil é a oitava moeda mais utilizada na liquidação cambial e a tendência é chegar a ser a quarta ou quinta. Já o seu Ministério espera relançar o Fundo Brasil-China com a expectativa de levar os investimentos em capacidades produtivas para o desenvolvimento sustentável.
Como coordenadora da Trilha das Finanças do G20, a economista e diplomata expressou ainda agradecimento ao “apoio muito construtivo da China para as grandes prioridades da presidência brasileira do G20”.