A Cúpula da OTAN terminou nesta quarta-feira (12), horário local, em Vilnius, capital da Lituânia. No comunicado conjunto divulgado no dia anterior, a entidade mencionou a China mais de dez vezes, e voltou a qualificar o país como um “desafio sistemático” à segurança euro-atlântica. Em comparação ao documento aprovado na Cúpula da OTAN em Madri em junho do ano passado, o recente comunicado referiu a China por mais vezes, além de adotar uma atitude “professoral” mais agressiva.
De acordo com a agenda da OTAN, esta cúpula se enfoca principalmente na situação da Ucrânia e na questão da expansão da organização. Por que a cúpula “provoca” novamente a China? Na verdade, isso não é surpreendente. A OTAN é a maior aliança militar do mundo, e a força motriz para sua existência é ter adversários. E estes são determinados conforme a estratégia dos EUA. Depois que a administração Biden chegou ao poder, ele definiu erroneamente a China como o “concorrente estratégico mais importante” e afirmou claramente que a “estratégia Indo-Pacífico” exige a participação da OTAN. Sob o “comando” de Washington, a OTAN tornou-se cada vez mais dura com a China e tentou rotulá-la como um “desafio sistemático”.
Hoje, sob pressão de Washington, a OTAN já deixou de ser a porta-voz da segurança europeia, e se tornou a defensora dos interesses dos EUA. As suas acusações contra a China não possuem base fática: o país asiático nunca iniciou nenhum conflito, nunca ocupou um centímetro de terra de outros países e jamais lançou uma guerra por procuração. Nos últimos 30 anos, a China enviou mais de 50 mil pessoas para as operações de manutenção da paz da ONU e é considerada como “o fator-chave e a força-chave das operações de manutenção da paz”.
No entanto, a OTAN, que tem talento para criar “inimigos imaginários”, é justamente o “desafio sistemático” sobre o qual o mundo deve ficar alerta. Embora afirme ser uma organização defensiva e defender a ordem internacional baseada em regras, promoveu conflitos contra a Iugoslávia, Síria e outros países soberanos, levando à morte de um grande número de civis, e ao desabrigo de milhões de pessoas.
Na prática, existem na OTAN vozes racionais. Alguns Estados membros da organização, representados pela França, insistem em buscar a autonomia estratégica europeia e acreditam que a OTAN não deve cruzar a fronteira geográfica do Oceano Atlântico Norte para “estender a mão” à região da Ásia-Pacífico, além de estabelecer um escritório satélite no Japão. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na coletiva após a cúpula que a OTAN é uma organização do Atlântico Norte e o Japão não está na região. Vozes desse espécie precisam ganhar mais adeptos na OTAN. Se a organização insistir em seguir os Estados Unidos para prejudicar a Ásia-Pacífico, o que ela tem em frente é definitivamente uma resistência firme.