“Nós mentimos, enganamos e roubamos”. Essa frase clássica de um político estadunidense da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) tem sido amplamente divulgada. Agora que a humanidade está na era da internet, essa frase deveria ter uma segunda metade: “nós ouvimos, atacamos e incitamos”.
O Centro Nacional de Resposta de Emergência a Vírus de Computador da China (CVERC, na sigla em inglês) e a empresa chinesa de segurança cibernética Qihoo 360 publicaram recentemente um relatório de pesquisa baseado em vários fatos, revelando que a CIA dos Estados Unidos tem coletado informações sobre governos, empresas e cidadãos estrangeiros há muito tempo e realizado secretamente “revoluções pacíficas” e “revoluções coloridas” em todo o mundo. Ficou ainda mais claro que os EUA merecem o nome “império dos hackers” e que a CIA, como uma garra, apresenta ameaças constantes à segurança e ao desenvolvimento globais.
A CIA foi criada em 1947 com a função de coletar, processar, analisar e integrar informações de inteligência e apresentá-las aos níveis mais altos da liderança dos EUA como base para a tomada de decisões. No entanto, com o fim da Guerra Fria, a função “operacional” da CIA cresceu rapidamente, impulsionada pelas ambições estratégicas e pelos vastos recursos do governo estadunidense.
Após o fim da Guerra Fria, Washington voltou sua atenção para a internet a fim de consolidar sua hegemonia unipolar e, em 1995, o Departamento de Defesa do país publicou o relatório confidencial “The Internet: A Strategic Assessment”, que afirmava claramente que a internet poderia ser usada para fins ofensivos. No século 21, graças aos “esforços” incansáveis de sucessivas administrações dos EUA, o país desenvolveu uma estratégia de ciberespaço significativamente mais ofensiva. A CIA, por sua vez, transformou-se em um hacker cibernético, desenvolvendo um impressionante número de armas de ataque na rede.
Em março de 2017, o site WikiLeaks revelou 8.716 documentos secretos supostamente da CIA, abrangendo as técnicas de ataque de suas equipes de hackers, os codinomes das operações de ataque, as especificações técnicas das ferramentas de ataque, entre outros. O WikiLeaks se refere aos documentos em questão como “Dome 7”. Em 2020, o Qihoo 360 da China descobriu de forma independente o grupo APT, que não havia sido revelado anteriormente. Ele se dedicou a ataques cibernéticos e roubo de segredos contra a China e seus países amigos. Há evidências de que esse grupo usa ferramentas de armas cibernéticas vinculadas ao material relacionado ao “Dome 7”.
O relatório divulgado pela China aponta a descoberta, por meio de uma análise detalhada, de que as armas cibernéticas dos EUA cobriram quase todos os ativos da internet em todo o mundo e podem controlar as redes de outros países e roubar dados importantes e confidenciais a qualquer momento e em qualquer lugar.
Nesse processo, quem realmente se beneficia é a CIA, que recebe mais financiamento e mais poder. A agência, é como uma célula cancerígena humana que continua a se expandir e acaba se voltando contra si mesma.