Cairo – O pianista chinês de renome mundial, Lang Lang, inaugurou a primeira edição do festival Pyramids Echo (TPE) no Egito, na noite de segunda-feira, com uma apresentação fascinante no Planalto de Gizé, marcando uma fusão impressionante da arte clássica global com a grandeza atemporal das pirâmides, um cenário deslumbrante para o teatro a céu aberto.
Lang abriu a noite com uma apresentação solo intimista, interpretando obras expressivas de mestres clássicos, incluindo o francês Claude Debussy, o húngaro Franz Liszt e o polonês Frédéric Chopin, demonstrando sua clareza técnica e profundidade emocional.
Em seguida, ofereceu uma delicada interpretação do clássico folclórico chinês “Flor de Jasmim” e um arranjo para piano reimaginado de uma melodia querida do egípcio Sayed Darwish, arrancando muitos aplausos da plateia.
Em entrevista à Xinhua, Lang disse que a noite pareceu “um sonho”, acrescentando que foi muito significativo abrir o festival em um local tão histórico. “Tocar ao lado das pirâmides sempre foi um sonho para mim, e sou muito grato a todos que ajudaram a tornar este concerto possível”, disse ele.
Refletindo sobre o intercâmbio cultural, ele disse que a música desempenha um papel poderoso na união das pessoas. “O público respondeu com muito entusiasmo a ‘Flor de Jasmim’ e a ‘Canção às Margens do Nilo’, que rearranjei especialmente para este concerto”, observou ele. “Essas peças mostram como as culturas chinesa e egípcia podem tocar as pessoas profundamente, mesmo sem a barreira do idioma”.
Lang relembrou sua última apresentação no Egito, há quase uma década, quando tocou no Templo de Luxor, no Alto Egito, durante as comemorações do 60º aniversário das relações diplomáticas entre China e Egito. “É significativo voltar depois de quase dez anos”, disse ele, “e espero sinceramente que os laços entre nossos dois países continuem se estreitando”.
Durante o espetáculo, Lang apresentou a jovem violinista egípcio-húngara Amira Abouzahra, a quem convidou especialmente para se juntar a ele na noite de abertura do festival. Apresentando-se ao lado da Orquestra Filarmônica Real Britânica, Abouzahra conduziu o conjunto em uma interpretação vibrante que destacou seu crescente reconhecimento internacional e adicionou um toque distintamente egípcio à noite.
O ponto alto da noite foi quando Lang retornou ao palco com a Orquestra Filarmônica Real sob a batuta do maestro britânico Ben Palmer, oferecendo uma performance poderosa que combinou brilhantismo técnico com uma calorosa sonoridade orquestral, transformando o cenário histórico em uma experiência sinfônica completa. Ao soarem as notas finais sob o céu noturno, a plateia, uma mistura diversificada de egípcios, chineses e outros convidados internacionais, irrompeu em muitos aplausos. Aplausos e admiração preencheram o local ao ar livre.
O ator egípcio Ahmed Magdy, embaixador do festival, disse que ver um artista como Lang interpretar música egípcia icônica foi um momento marcante, acrescentando que os encontros artísticos entre o Egito e a China carregam um imenso potencial.
“Quando duas civilizações dessa magnitude, profundidade e desenvolvimento se encontram em um local tão emblemático, o resultado certamente será diferente e notável”, disse ele à Xinhua, esperando que esse espírito de intercâmbio se estenda não apenas à política e à economia, mas também às artes.
Entre o público egípcio, muitos expressaram conexões emocionais pessoais com as peças interpretadas por Lang, incluindo Gharam Akmal, uma jovem egípcia que disse que a noite superou suas expectativas.
“Sinceramente, adorei a apresentação de Lang. Fiquei surpresa quando ele começou com Clair de Lune, de Debussy, é uma das minhas peças favoritas de todos os tempos. Eu a ouço o tempo todo”, disse ela.
Realizado em oito noites selecionadas, de 24 de novembro a 13 de dezembro, e com o tema “Berço das Civilizações: Ponto de Encontro das Artes e Culturas”, a primeira edição do TPE acontece em dois locais icônicos: o Panorama das Pirâmides ao ar livre, com vista para as pirâmides de Gizé, e o Grande Teatro da Cidade das Artes e da Cultura, na Nova Capital Administrativa do Egito.
O festival deste ano apresenta um amplo espectro de apresentações, desde tributos orquestrais e concertos de música árabe até noites de gala, mostras vocais internacionais e balé de nível internacional, trazendo uma rica variedade de arte global para o público egípcio.
