Adis Abeba – A Assembleia Geral 2025 da Aliança China-África para Inovação em Ciência e Tecnologia Agrícola (CAASTIA, na sigla em inglês) começou na segunda-feira em Adis Abeba, capital da Etiópia, com foco na cooperação para a segurança alimentar e a modernização agrícola da África.
A presidente da Academia Africana de Ciências, Lise Korsten, disse que a trajetória da China na modernização agrícola, marcada pelo cultivo intensivo, cadeias de valor desenvolvidas e avanços na agricultura digital, oferece uma experiência inestimável para a África.
Segundo a presidente, a China exemplifica a excelência em agricultura de alto rendimento e impulsionada pela tecnologia, alimentando quase 20% da população global com menos de 9% das terras aráveis do mundo. Enquanto isso, a África enfrenta insegurança alimentar, apesar de abrigar 60% das terras aráveis não cultivadas do mundo.
“Esse paradoxo de terra e pessoas ressalta a necessidade de uma parceria equilibrada: uma que combine o potencial inexplorado da África com as inovações comprovadas da China para construir um sistema alimentar global resiliente”, disse Korsten.
Jiang Feng, chefe da Missão Chinesa junto à União Africana (UA), disse que a China está pronta para compartilhar sua experiência em desenvolvimento agrícola e redução da pobreza rural com os países africanos para alcançar o desenvolvimento comum.
Ele destacou que a atual revolução tecnológica agrícola, impulsionada pela biotecnologia, tecnologia digital e equipamentos inteligentes, oferece novas oportunidades para a China e a África melhorarem a produtividade agrícola e fortalecerem sua resposta aos desafios globais. “A cooperação agrícola entre a China e a África está evoluindo de uma assistência tradicional baseada em ajuda para parcerias sustentáveis e de capacitação. Este ano, o governo chinês anunciou uma política de tarifa zero que abrange todos os itens tarifários para 53 países africanos com relações diplomáticas com a China. Isso aumentará significativamente o acesso dos produtos agrícolas africanos ao mercado chinês”, acrescentou Jiang.
Gaspard Banyankimbona, comissário da União Africana para educação, ciência, tecnologia e inovação, disse que a China e a África podem desenvolver conjuntamente culturas resistentes às mudanças climáticas, sistemas sustentáveis de gestão de solo e água, ferramentas de alerta precoce para pragas e eventos climáticos extremos, e uma plataforma digital que capacite pequenos agricultores em todo o continente.
“A aliança China-África oferece o veículo ideal para mobilizar a força coletiva para promover a pesquisa conjunta em agricultura inteligente em relação ao clima, saúde animal e vegetal, agroecologia e segurança alimentar, transferência e localização de tecnologia, desenvolvimento de capacidades por meio de bolsas de estudo e ecossistema de inovação”, enfatizou Banyankimbona.
O evento de três dias, coorganizado pela Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, pela Academia Africana de Ciências e pela Missão da China junto à União Africana, reuniu mais de 200 cientistas, formuladores de políticas e representantes de instituições agrícolas da China e da África.
