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China e Mauritânia celebram 60 anos de relações com projetos duradouros de “Amizade”

Nouakchott – “Ainda brindaremos à amizade de longa data, de Auld Lang Syne”.

No início de julho, a conhecida melodia de Auld Lang Syne em chinês ecoou por uma sala de aula no Instituto Confúcio em Nouakchott, capital da Mauritânia. Liderando o coro em chinês, estava Li Mo, professor chinês, guiando seus estudantes em homenagem a uma amizade que ultrapassa idiomas e fronteiras.

“Todos aqui conhecem o significado dessa música”, disse Li. “Ela simboliza perfeitamente a amizade duradoura entre a China e a Mauritânia”.

Os dois países estabeleceram relações diplomáticas em 19 de julho de 1965. Nas últimas seis décadas, amizade tem sido um grande tópico dessa parceria. Projetos emblemáticos como o Porto da Amizade, o Hospital da Amizade e o recém-concluído Viaduto da Amizade China-Mauritânia são símbolos duradouros dessa relação.

Localizado na costa atlântica, o Porto Autônomo de Nouakchott, também conhecido como Porto da Amizade, é considerado o “pulmão econômico” da Mauritânia. Construído por uma empresa chinesa, o porto foi inaugurado em 1986.

Antes de sua construção, a Mauritânia carecia de portos naturais e enfrentava uma grave falta de materiais básicos. Especialistas europeus já consideraram um porto de águas profundas inviável. A conclusão do projeto foi um marco na busca da independência econômica do país.

“Sem o porto, muitos planos nacionais de desenvolvimento não teriam acontecido”, disse Fayssal Beyrouk, assessor do diretor-geral da Autoridade Portuária, que estudou gestão portuária na China. “O porto de águas profundas possibilitou a importação de equipamentos industriais e bens essenciais, lançando as bases para nosso progresso econômico”.

Graças ao apoio contínuo da China, o porto passou por muitas expansões. Em 2024, sua movimentação anual atingiu 6,12 milhões de toneladas, movimentando 230.000 contêineres de vinte pés, cerca de 80% do comércio externo do país.

“Hoje, o porto não apenas atende à Mauritânia, como também está se consolidando como centro logístico para vizinhos sem litoral, como o Mali”, disse Ahmedou Mokhtar El Gayed, gerente comercial do porto. “Uma zona econômica especial está sendo planejada no porto para ajudar a indústria de petróleo e gás. Isso não teria sido possível sem o apoio chinês”.

Outro grande projeto de infraestrutura, o Viaduto da Amizade China-Mauritânia, foi inaugurado em maio deste ano. Construído por uma empresa chinesa ao longo da Estrada Nacional N2, em Nouakchott, o viaduto reduziu o congestionamento e virou um marco local.

Além de melhorar o transporte, o projeto criou empregos. Em seu auge, 320 trabalhadores mauritanos foram empregados. Engenheiros chineses treinaram funcionários locais em habilidades técnicas essenciais, incluindo trabalho com vergalhões, topografia e testes de materiais.

“O fato de muitos funcionários locais terem sido recrutados por outros projetos demonstra o reconhecimento das habilidades adquiridas”, disse Zhang Huijie, chefe da equipe técnica do projeto.

A cooperação na área da saúde também gerou resultados. Construído com assistência chinesa em 2010, o Hospital da Amizade é um dos maiores hospitais públicos de Nouakchott. Localizado no distrito de Arafat, atende quase 60% dos moradores de baixa e média renda da cidade.

“Nossos amigos chineses nos apoiaram muito”, disse o diretor do hospital, Mustafa Abdallahi. “Além da construção do hospital, eles continuam fornecendo equipamentos médicos, medicamentos e assistência técnica”.

Desde 1968, a China já enviou 35 equipes médicas ao país, totalizando mais de 800 médicos e especialistas chineses que prestam serviços de longo prazo. A equipe atual administra uma clínica de medicina tradicional chinesa (MTC) no hospital, onde tratamentos de acupuntura para dores nas costas, pescoço e articulações se popularizaram.

“As pessoas fazem fila para consultas de MTC”, disse Liu Sijia, profissional da equipe. “Também treinamos médicos locais para ajudar a espalhar esse conhecimento”.

Em declarações à Xinhua, o embaixador chinês na Mauritânia, Tang Zhongdong, disse que a Mauritânia propôs rotular mais projetos de desenvolvimento como iniciativas de “Amizade”, uma expressão de confiança mútua e boa-fé enraizadas.

“Mais projetos de ‘Amizade’ estão vindo”, disse Tang. “Eles continuarão elevando as relações China-Mauritânia a novos patamares”.

Marcelo Oliveira de A. Maranhao

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