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ONU conclui assembleia anual e reforça estabilidade em um mundo incerto

Nova York – A 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) foi concluída na segunda-feira, com foco na atualização de instituições para abordar desafios globais como conflitos regionais, mudanças climáticas e IA.

A assembleia, intitulada “Não deixe ninguém para trás: agir juntos para o avanço da paz, desenvolvimento sustentável e dignidade humana para as gerações atuais e para as próximas”, começou em setembro.

Faltando seis anos para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os líderes da ONU enfatizaram ações urgentes, especialmente sobre igualdade de gênero. Mais de 100 líderes mundiais participaram da Semana de Alto Nível, abordando questões como elevação do nível do mar, resistência antimicrobiana e desarmamento nuclear, reafirmando o compromisso com a cooperação global.

OS CONFLITOS

Durante a sessão, os conflitos de Gaza a Darfur, Ucrânia ao Iêmen, República Democrática Oriental do Congo ao Sudão, região do Sahel e Haiti deixaram um rastro devastador de destruição. A perda de vidas e meios de subsistência, juntamente com a destruição generalizada de propriedades, ameaça não apenas o futuro das nações individuais, mas também a base da paz e da segurança global.

A violência crescente no Oriente Médio ocupou o centro do palco na assembleia.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que esse ciclo de violência precisa acabar, exigindo a todas as partes que recuem. Ele afirmou que o povo do Líbano, Israel e a região em geral não podem se dar ao luxo de uma guerra total. Guterres pediu um novo compromisso com a implementação total da Resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança e um retorno imediato à cessação das hostilidades. Ele também reiterou a exigência de um cessar-fogo em Gaza e a libertação de todos os reféns.

O presidente da AGNU, Philemon Yang, ecoou esse sentimento, alertando que as recentes escaladas entre Israel e o Hezbollah podem levar um conflito mais amplo na região. Ele enfatizou que a paz está por um fio e o mundo deve evitar uma guerra total.

O presidente palestino Mahmoud Abbas recebeu muitas palmas por seu discurso, declarando que “a Palestina é nossa pátria” e acusando Israel de genocídio, exigindo o fim da violência.

O presidente palestino Mahmoud Abbas faz discurso no Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) na sede da ONU em Nova York, no dia 26 de setembro de 2024. (Xinhua/Li Rui)

Outros líderes, incluindo o vice-primeiro-ministro do Camboja, Sok Chenda Sophea, destacaram a urgência de uma ação coletiva para enfrentar esses desafios e reafirmaram a importância da Carta da ONU na manutenção da cooperação global. O presidente do Quênia, William Ruto, destacou a natureza interconectada dos desafios de hoje, alertando sobre o faccionalismo crescente, a convulsão social e os perigos de conflitos crescentes.

O DESENVOLVIMENTO

Durante a assembleia, os países do Sul Global pediram coletivamente um papel maior no cenário mundial e maiores oportunidades de desenvolvimento.

O presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, enfatizou o potencial da África, rejeitando esmolas e exigindo oportunidades em um novo sistema global para garantir acesso à educação, saúde e empregos. Ele destacou que as nações africanas devem assumir a responsabilidade pela sua própria segurança.

O presidente da Libéria, Joseph Boakai, enfatizou que a ganância, a insensibilidade aos pobres, a epidemia de drogas, a lavagem de dinheiro, as mudanças climáticas e as mídias sociais impediram uma reavaliação de nossa abordagem à paz e segurança global. Ele pediu uma ação coletiva para preservar o planeta para as próximas gerações e enfatizou que os conflitos ameaçam a estabilidade global, destacando a necessidade de colaboração para a paz. Boakai também expressou preocupação com os crescentes desafios de segurança na África Ocidental, incluindo terrorismo e instabilidade política.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, cujo país detém a presidência do G20 em 2024, pediu ao grupo para abordar as crises das mudanças climáticas, combater a fome e reformar as instituições multilaterais. Ele destacou prioridades como inclusão social para enfrentar a fome e a desigualdade, responsabilização pelas mudanças climáticas em todos os setores e reforma da governança global para colocar a ONU no centro da tomada de decisões internacionais e reformar as instituições multilaterais. Ele destacou prioridades como inclusão social para enfrentar a fome e a desigualdade, responsabilização pelas mudanças climáticas em todos os setores e reforma da governança global para colocar a ONU no centro da tomada de decisões internacionais.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, enfatizou que todos os países gozam de igualdade soberana, observando que, à medida que muitas nações do Sul Global crescem, uma era de algumas potências dominando acabou. Ele pediu um mundo igualitário e multipolar, onde cada país tem um papel, defendendo o multilateralismo genuíno e as relações internacionais mais democráticas. Wang pediu amplas contribuições e conjuntas para tornar a governança global mais justa e equitativa.

Wang reafirmou o apoio da China à reforma da ONU em direção a uma “ONU 2.0” modernizada, enfatizando a necessidade de um sistema financeiro internacional mais adequado e governança global equilibrada. Ele também prometeu o comprometimento da China em cumprir as obrigações internacionais e aumentar a representação dos países do Sul Global na ONU.

O FUTURO

O desenvolvimento da inteligência artificial e o enfrentamento de ameaças como resistência nuclear e antimicrobiana foram tópicos importantes durante a Assembleia Geral da ONU.

O presidente dos EUA, Joe Biden, enfatizou a necessidade de uma ONU mais forte, eficaz e inclusiva e pediu reformas no Conselho de Segurança para promover melhor a paz.

A Cúpula do Futuro da ONU, realizada como parte da Assembleia Geral, desenvolveu um Pacto do Futuro de 42 páginas. Esse pacto visa enfrentar os crescentes riscos globais e estabelecer as bases para uma ordem global sustentável, justa e importadora. Inclui o Pacto Digital Global e a Declaração sobre Gerações Futuras, abrangendo áreas como mudanças climáticas, paz, segurança e cooperação digital.

Secretário-Geral da ONU, António Guterres (frente), discursa na Cúpula do Futuro na sede da ONU em Nova York, no dia 22 de setembro de 2024. (Xinhua/Li Rui)

Guterres chamou esses acordos de um passo em direção a um multilateralismo mais eficaz, inclusivo e em rede, priorizando o diálogo e a negociação para acabar com os conflitos e reformar o Conselho de Segurança. A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN) da ONU destacou a necessidade de ação coletiva, observando que nenhuma nação pode enfrentar crises globais como mudanças climáticas ou riscos tecnológicos sozinha.

“Diante de uma transformação nunca vista em um século, é altamente relevante que nos reunimos na Cúpula do Futuro e, juntos, adotemos o Pacto para o Futuro para galvanizar nossos esforços coletivos pela paz e desenvolvimento mundial”, disse Wang, também representante especial do O presidente chinês Xi Jinping, na cúpula na segunda-feira.

Agência Xinhua

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