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O que a mudança nos candidatos significa para as eleições dos EUA?

Por Matthew Rusling

Washington – Com a recente desistência do presidente dos EUA, Joe Biden, das eleições de 2024, há várias incertezas na corrida pela Casa Branca.

A mudança começou no mês passado, depois que o presidente foi criticado por seu fraco desempenho no debate contra o oponente republicano Donald Trump.

As críticas se intensificaram, com um número crescente de membros do próprio partido de Biden pedindo o afastamento do presidente.

Agora, a vice-presidente Kamala Harris deve receber a indicação do Partido Democrata para concorrer à presidência.

Mas as águas estão turvas e é difícil ver o futuro.

“Acho que a mudança fez tudo voltar ao que era antes do debate: uma corrida muito acirrada com uma ligeira liderança de Trump”, disse à Xinhua, Christopher Galdieri, professor de ciência política no Saint Anselm College.

“Não saberemos mais detalhes sobre isso até que tudo se acalme com a escolha do companheiro de chapa de Harris e a convenção democrata”, disse Galdieri.

DESAFIOS PARA TRUMP

Trump tem vários desafios pela frente.

“A indicação de Harris cria um problema sério para os republicanos porque eles gastaram milhões dizendo o quão ruim é ter um presidente velho, e agora seu candidato é o velho na corrida”, disse à Xinhua o pesquisador sênior da Brookings Institution, Darrell West.

Trump ainda está descobrindo como atacar Harris e não tem uma mensagem consistente como a que tinha contra Biden, disse West.

A campanha de Harris arrecadou 200 milhões de dólares americanos em doações na primeira semana da campanha da Casa Branca. As doações em rápido aumento mostram que “os democratas também estão unidos”, observou West.

Até essa semana, Trump estava concorrendo com o descontentamento que as pessoas tiveram durante o governo Biden. “Acho que essa jogada é mais fraca agora que o próprio Biden não está mais na cédula”, disse Galdieri

Além disso, com 59 anos, Harris é muito mais jovem que Trump, o que pode ajudar os eleitores jovens, disseram especialistas.

Clay Ramsay, pesquisador do Centro de Estudos Internacionais e de Segurança da Universidade de Maryland, observou que Harris herdou todo o dinheiro da campanha de Biden.

Ela também herdou pessoas experientes e uma grande operação para obter votos, disse Ramsay à Xinhua.

DESAFIOS PARA HARRIS

Harris tem sido a segunda pessoa em uma administração impopular.

Em uma pesquisa da Gallup realizada entre 1 e 21 de julho, quase inteiramente antes de anunciar sua retirada da corrida presidencial de 2024, Biden recebeu uma taxa de aprovação de 36% do povo americano, a mais baixa até o momento.

Galdieri disse que Harris pode ter dificuldades por ser culpada pelos eleitores da mesma forma que Trump.

Os últimos anos têm visto o aumento dos preços de alimentos, aluguel e compra de casas. Milhões de migrantes continuam cruzando ilegalmente a fronteira sul dos EUA, uma questão essencial para os americanos.

Christian Holland, profissional de TI fora de Washington, disse à Xinhua: “As pessoas veem Harris como uma extensão de Biden” e não votarão nela.

O histórico de extrema esquerda de Harris também pode ser um obstáculo. Ela atuou como procuradora-geral da Califórnia e como senadora representando o estado azul.

Harris foi criticada pela mídia conservadora por mostrar apoio ao movimento “desfinancie a polícia” em junho de 2020, em meio aos tumultos que aterrorizaram moradores de cidades por todo o país durante meses.

Isso aconteceu antes de ela virar vice-presidente.

Além disso, ela tem sido uma vice-presidente discreta e talvez não se saia bem em termos de popularidade, disseram especialistas.

Em nítido contraste, muitos estão abraçando Trump como um candidato que mostrou coragem durante uma tentativa de assassinato por tiro no começo deste mês.

Depois que uma bala passou de raspão em sua orelha, um Trump desafiador se levantou e gritou “Lute! Lute!” para os apoiadores em um comício, enquanto escorria sangue por seu rosto.

Imagens do evento viraram manchetes em todo o mundo e conquistaram simpatia até mesmo dos inimigos dele.

Ramsay disse que a principal fraqueza de Harris é que vão aproveitar tudo o que ela faça e diga que a faça parecer “despreparada”.

Se isso acontecer, “ela será rotulada como peso-leve, e não apenas pelo lado de Trump, grande parte da mídia americana também não dará uma chance”, disse Ramsay.

Na média de pesquisas da RealClearPolitics de sexta-feira, Harris ficou atrás de Trump nos principais estados da disputa Wisconsin, Pensilvânia, Michigan, Arizona e Geórgia.

Em Wisconsin e Michigan, Trump liderou por apenas 0,7 ponto percentual e 1,0 ponto, respectivamente, dentro da margem de erro.

Trump liderou Harris no Arizona com fortes 6,4%, e na Geórgia com consideráveis ​​4,5%. Na Pensilvânia, ele liderou por 3,0%.

Agência Xinhua

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