Rio de Janeiro – O governo brasileiro, que preside o G20 até o final de novembro, pediu nesta segunda-feira aos membros do grupo, formado pelas 19 maiores economias do mundo e pela Europa Europeia e a União Africana, investimentos públicos e privados para fortalecer as comunidades vulneráveis.
Em uma reunião no Rio de Janeiro do Grupo de Trabalho para Redução do Risco de Desastres do G20, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes, disse que as ações do grupo devem garantir que essas populações mais vulneráveis sejam mais resilientes aos desastres naturais.
“Nós temos hoje no Brasil aproximadamente 10 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco alto e muito alto. Com certeza, cada país aqui representado vivencia situações parecidas com esta. Sem olhar para estas pessoas, não vamos ser efetivos na promoção da redução dos riscos de desastres”, disse o ministro.
“Abordar a desigualdade e a vulnerabilidade está no cerne da redução do risco de catástrofes. Para garantirmos que a vulnerabilidade da maioria da população em risco seja abordada, precisamos reorientar a forma como são feitos o financiamento e o investimento, direcionando esforços e recursos para infraestruturas, sistemas de alerta precoce, recuperação, reabilitação ou desenvolvimento sustentável. Precisamos adotar uma abordagem de resiliência que permita não apenas a reconstrução, mas também a preparação e prevenção de futuros desastres”, destacou Góes.
“É imperativo que nos unamos em um objetivo comum: garantir que todo o financiamento e investimento, tanto públicos como privados, criem resiliência e abordem as desigualdades. Estes princípios devem nortear as nossas ações, para garantir que estamos fortalecendo as comunidades mais vulneráveis, dando-lhes a capacidade de enfrentar e superar as adversidades”, comentou.
Segundo Góes, os fenômenos adversos causados pelas alterações climáticas colocam desafios a todos os países e exigem uma coordenação internacional bem articulada e eficaz.
“A grande enchente do Rio Grande do Sul no início deste ano, a estiagem histórica na região amazônica no ano passado e que está se repetindo este ano, e as queimadas que já estão assolando o Pantanal, só para citar exemplos brasileiros recentes, são cada vez mais recorrentes em todos os nossos países. A situação é dramática e exige que todos os países se unam e adotem uma nova abordagem para enfrentá-la”, enfatizou o ministro.
As reuniões do Grupo de Trabalho para Redução do Risco de Desastres do G20 terminam nesta terça-feira, e os seus relatórios serão apresentados aos delegados dos membros do G20, convidados e organizações internacionais.