Guiyang – O Radiotelescópio Esférico de Abertura de Quinhentos Metros (FAST, em inglês) da China descobriu evidência-chave para a existência de ondas gravitacionais de nanohertz, o que é importante no estudo de problemas na astrofísica contemporânea, como buracos negros supermassivos, a história de fusões de galáxias e a formação de estruturas de grande escala no universo.
A pesquisa, realizada por cientistas dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (NAOC, em inglês) e outros institutos, foi publicada online na última quinta-feira na revista Research in Astronomy and Astrophysics.
De acordo com os cientistas, ondas gravitacionais de nanohertz ajudam a entender a formação das estruturas do universo e a investigar o crescimento, a evolução e fusões dos objetos celestes mais maciços do universo, ou seja, buracos negros supermassivos.
Os cientistas monitoraram pulsares de 57 milissegundos com cadência regular por 41 meses e descobriram evidência-chave para assinaturas de correlação quadrupolo compatíveis com a previsão de ondas gravitacionais de nanohertz em um nível de confiança estatística de 4,6 sigma (com uma probabilidade de alarme falso de dois em um milhão).
Li Kejia, pesquisador dos NAOC e professor da Universidade de Pequim, disse que a detecção de ondas gravitacionais de nanohertz é muito desafiadora devido a sua frequência extremamente baixa, longos períodos e comprimentos de onda de anos-luz. Até agora, a observação de tempo a longo prazo de pulsares de milissegundos com extrema estabilidade rotacional é o único método eficaz conhecido para detectar ondas gravitacionais de nanohertz.
Localizado em uma depressão cárstica naturalmente profunda e redonda na Província de Guizhou, sudoeste da China, o FAST entrou em operação formal em janeiro de 2020. Acredita-se que seja o radiotelescópio mais sensível do mundo.