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Supremo Tribunal Federal do Brasil determina que ex-presidente Bolsonaro inicie cumprimento de pena

Brazil’s President Jair Bolsonaro gestures while depicting the former Brazil’s President Luiz Inacio Lula da Silva during opening of the National Agro Meeting, Brazil August 10, 2022. REUTERS/Ueslei Marcelino

Rio de Janeiro – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na tarde desta terça-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro inicie o cumprimento de sua pena por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro foi condenado em setembro pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e três meses de prisão.

De acordo com a decisão de Moraes, o ex-presidente deve permanecer na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde está em prisão preventiva desde o último sábado, para cumprir sua pena.

“Determino o início do cumprimento da pena de Jair Messias Bolsonaro, em regime fechado inicial, de 27 anos e três meses de prisão, sendo 24 anos e nove meses de reclusão (em regime fechado) e dois anos e seis meses de prisão preventiva”, declarou o juiz.

Bolsonaro foi condenado pela Primeira Câmara do STF em setembro a 27 anos e 3 meses de prisão, inicialmente em regime fechado, por chefiar uma organização criminosa que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e subverter o Estado de Direito democrático.

O ministro Moraes também ordenou a prisão de outras seis figuras-chave condenadas no golpe: Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do Conselho Geral de Segurança), Paulo Sérgio Nogueira (general da reserva e ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (general da reserva e ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas).

Ramagem está nos Estados Unidos, enquanto os generais Heleno e Nogueira foram presos em Brasília, e Braga Netto está preso no Rio de Janeiro. Condenado a 24 anos de prisão, o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, terá de cumprir pena no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, no Complexo Penitenciário da Papuda.

Mauro Cid, tenente-coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro, fez um acordo de delação premiada e cumpre pena de dois anos em regime semiaberto.

Na decisão de terça-feira, Moraes explicou que a defesa do ex-presidente não apresentou novas petições de esclarecimento dentro do prazo estipulado, que terminou na segunda-feira, e que não há “previsão legal” para a interposição de novo recurso, inclusive por violações.

Em teoria, a defesa ainda poderia apresentar recursos por violações até o final da semana, um recurso legal com maior potencial para alterar a sentença. No entanto, de acordo com o precedente estabelecido pelo STF, esse tipo de recurso só é admissível quando há pelo menos dois votos a favor da absolvição, o que não ocorreu no julgamento de setembro.

Por esse motivo, o STF concluiu que os recursos por violações não são admissíveis e decretou coisa julgada.

Bolsonaro está em prisão preventiva desde o último sábado em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

No sábado, o juiz Moraes converteu a prisão domiciliar do ex-presidente em prisão preventiva por tentativa de violação de sua tornozeleira eletrônica, após seu filho, Flávio Bolsonaro, organizar uma vigília religiosa em frente à casa onde ele estava em prisão domiciliar.

Em uma audiência de custódia realizada no domingo, Bolsonaro alegou que a tentativa de burlar o dispositivo se deu por um episódio causado por medicação psiquiátrica. Ele também negou qualquer intenção de fuga.

Como ex-presidente, a jurisprudência garante a Bolsonaro o direito de cumprir sua pena em cela especial, segregada dos demais detentos, sendo possível que ele permaneça em uma unidade da Polícia Federal ou das Forças Armadas.

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