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Empresas americanas aproveitam “velocidade da China” para impulsionar cadeias de suprimentos

Beijing — Em meio ao calor do verão em Beijing, um robô de fabricação chinesa, equipado com chips da gigante americana de tecnologia Nvidia, entregou cuidadosamente água engarrafada gelada para espectadores impressionados.

A cena, que se desenrolou no estande da Nvidia na 3ª edição da Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE, na sigla em inglês), mostrou uma prévia do entusiasmo constante das empresas americanas pelo mercado chinês e seu ecossistema de cadeia de suprimentos líder mundial.

Apesar dos crescentes desafios na cadeia de suprimentos global, empresas americanas como Nvidia, Apple e Tesla aproveitaram o palco da exposição para reafirmar seu compromisso com a China, demonstrando forte integração e planos ambiciosos para investimentos futuros. Para muitos, o sucesso significa se alinhar à cadeia de suprimentos mais abrangente do mundo, acompanhando seu rápido desenvolvimento.

“A cadeia de suprimentos da China é um milagre”, disse o CEO da Nvidia, Jensen Huang, na cerimônia de abertura da exposição na quarta-feira. Durante sua visita a Beijing, ele também conversou com repórteres, participou de um bate-papo informal e de uma coletiva de imprensa onde reafirmou o compromisso de longo prazo da empresa com a China.

Embora a presença de Huang tenha sido um sinal poderoso, ele também revelou que os chips H20 da Nvidia estarão disponíveis em breve no mercado chinês.

“Espero levar chips mais avançados do que os H20 para a China. Já que a tecnologia sempre está evoluindo”, disse ele durante coletiva de imprensa na quarta-feira.

De gigantes da tecnologia como Nvidia e Apple a marcas de consumo como Starbucks e Walmart, as empresas americanas são atraídas para a CISCE não apenas pelo vasto mercado consumidor chinês de 1,4 bilhão de pessoas, mas também pela cadeia de suprimentos mais abrangente do mundo, que impulsiona a “velocidade da China”, essencial para a inovação global.

De acordo com o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional, organizador do evento, o número de expositores americanos superou todos os participantes estrangeiros, aumentando 15% em relação à edição anterior, e sua área de exposição combinada aumentou 10%.

A poucos passos do estande da Nvidia, a estrutura da Apple, semelhante a uma loja virtual, compartilhava uma história de inovação conjunta parecida. Em vez de mostrar produtos acabados como iPhones, os displays focavam nos processos de fabricação inteligentes e sustentáveis usados por seus fornecedores chineses.

“Nos últimos três anos na CISCE, mostramos o progresso com nossos fornecedores em manufatura inteligente, manufatura sustentável e desenvolvimento de talentos”, disse à Xinhua, Isabel Ge Mahe, vice-presidente da Apple e diretora-geral da Grande China.

Destacando um investimento maciço de 20 bilhões de dólares americanos na China nos últimos cinco anos, focado nessas áreas, ela elogiou o cenário dinâmico de inovação da China e suas avançadas cadeias de suprimentos inteligentes, observando que a Apple continua comprometida com esse mercado. “Temos raízes profundas aqui, estamos orgulhosos da cadeia de suprimentos que ajudamos a construir e continuaremos investindo e inovando com nossos parceiros locais”.

Ao contrário das feiras tradicionais com foco em bens ou serviços, a CISCE é pioneira em um modelo exclusivo “centrado na cadeia” que visualiza a colaboração industrial de ponta a ponta. Em cada pavilhão de exposição, empresas de upstream, midstream e downstream se reúnem em estandes adjacentes, demonstrando visualmente sua interdependência e sinergia.

No pavilhão que apresenta a integração do setor automotivo, multidões se reúnem em volta dos veículos elétricos (EVs) Model 3 e Model Y da Tesla.

Aqui, a integração da cadeia de suprimentos e a “velocidade chinesa” estiveram mais uma vez em destaque. Esses veículos usam mais de 95% de peças locais, e um carro novo sai da linha de produção da gigafábrica de Shanghai quase a cada 37 segundos.

“A China possui a cadeia industrial de veículos elétricos mais completa do mundo”, disse Tao Lin, vice-presidente da Tesla. “A força dos fornecedores locais, combinada com o vasto conjunto de talentos da China e a adesão dos consumidores aos veículos elétricos inteligentes, proporciona suporte e oportunidades incomparáveis. Continuaremos fortalecendo nossos investimentos aqui”, disse Tao.

“O mercado chinês não está apenas crescendo; está aumentando em valor”, disse Lin Chunmei, presidente e gerente-geral da Corning Greater China, em entrevista à Xinhua. A empresa americana de ciência dos materiais está comemorando seus 45 anos na China com um estande ambicioso com o tema “viagem no tempo”, destacando suas raízes profundas.

Observando que o rápido desenvolvimento da IA na China está impulsionando a crescente demanda por infraestrutura de comunicação óptica, Lin disse que a empresa prometeu um investimento de 500 milhões de dólares americanos este ano para desenvolver tecnologias de ponta, localizar a produção crítica e fortalecer as parcerias da cadeia de suprimentos na China.

“O vasto conjunto de talentos na China nos ajudará a acelerar os ciclos por meio da proximidade do mercado, usando a ‘velocidade da China’ para impulsionar a inovação global”, acrescentou ela.

Para a maioria das empresas americanas, a questão essencial não é se devem ou não investir na China, mas sim a rapidez com que podem se movimentar. Para as empresas presentes na CISCE, a colaboração com fornecedores chineses dá uma vantagem inicial.

“Para se manter, você precisa investir”, disse Huang. “O mercado está se movimentando muito rápido e é muito competitivo. Precisamos continuar avançando”.

Marcelo Oliveira de A. Maranhao

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