Friedrichshafen, Alemanha – A China tem um papel essencial na estratégia global da ZF Group, principal fornecedora automotiva do mundo, atuando como impulsionadora da inovação e como centro para o desenvolvimento colaborativo, de acordo com Peter Holdmann, membro do conselho do grupo.
“Para a ZF, a China é nosso centro fitness”, disse Holdmann em entrevista recente à Xinhua, descrevendo o mercado como uma fonte de desafios e progressos em meio à mudança da indústria em direção à eletrificação e à mobilidade inteligente. “Isso nos impulsiona a treinar mais e a ter melhor desempenho”.
Desde que entrou no mercado chinês no início da década de 1980, a ZF expandiu constantemente sua presença. Somente nos últimos dois anos, abriu um novo centro de P&D e construiu ou expandiu 10 unidades de produção em todo o país. Hoje, quase um terço das 161 unidades de produção globais da ZF estão localizadas lá.
A China se destaca como um raro mercado automotivo que ainda tem crescimento robusto, disse Holdmann.
Ele destacou o ritmo acelerado de pesquisa e desenvolvimento, que chama de “Velocidade da China”, e enfatizou as parcerias mutuamente benéficas entre a ZF e as montadoras locais.
“Temos muitos clientes na China, onde usamos a velocidade de inovação deles para acelerar a nossa, criando uma situação benéfica para todos”, disse ele.
No recente Chassis Tech Day da ZF, realizado em sua sede na cidade de Friedrichshafen, no sul da Alemanha, a empresa apresentou sua mais recente estratégia “Chassis 2.0”, destacando soluções by-wire que já foram adotadas por montadoras chinesas.
Um veículo em exposição, desenvolvido pela fabricante chinesa de veículos elétricos premium NIO, é o primeiro carro produzido em massa na China equipado com o sistema de direção totalmente eletrônico da ZF.
Foto aérea de drone mostra visitantes apreciando paisagem urbana no The Stage, um novo mirante no topo da White Magnolia Plaza em Shanghai, leste da China, no dia 14 de abril de 2025. (Xinhua/Liu Ying)
“Já havíamos trabalhado com a NIO”, disse Holdmann. Citando confiança mútua, ele observou que “não é garantido que um fornecedor e uma montadora trabalhem de forma tão próxima e colaborativa como atualmente”. Ele acrescentou que mais duas montadoras chinesas fizeram pedidos de produção para o sistema.
A parceria da ZF com a NIO exemplifica a integração mais ampla entre os setores automotivos chinês e alemão.
Holdmann vê a China como um campo de testes e pioneira em trazer inovação automotiva para o mercado global. “Cada vez mais tecnologias são desenvolvidas e implementadas primeiro na China e depois levadas aos mercados ocidentais”, disse ele.
Ele destacou que as capacidades de engenharia da ZF na China agora se equiparam às de centros tradicionais como Alemanha e América do Norte e, em algumas áreas, as superam em agilidade.
“Podemos operar com a velocidade da China”, disse ele, chamando isso de desafio e de oportunidade, já que a rápida evolução do mercado de veículos elétricos da China está impulsionando a empresa a inovar mais rapidamente e impulsionar atualizações globais.
Olhando para o futuro, Holdmann confia muito no mercado chinês.
A ZF, disse ele, permanecerá comprometida com sua estratégia “local para local”, desenvolvendo e produzindo na China para o mercado chinês e global, enquanto continua fortalecendo parcerias de inovação com empresas locais.
“Nos próximos anos, acredito que nossa velocidade de crescimento na China também será mais rápida do que no resto do mundo”, observou ele.