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De projeto a fraternidade, estádio da Copa Africana de Nações (AFCON) da Tanzânia cresce com apoio chinês

Por Hua Hongli

Dar es Salaam – Mustafa Hashim Chikawe, engenheiro eletricista e mecânico de 35 anos, estava no movimentado canteiro de obras de um amplo estádio esportivo em Arusha, norte da Tanzânia. Seu olhar observava os guindastes imponentes que içavam vigas de aço.

Pai de três filhos, Mustafa trabalha há nove meses com o China Railway Construction Engineering Group (CRCEG), supervisionando instalações elétricas e de tubulação.

“Consegui este emprego porque impressionei meu chefe em outro projeto”, disse Mustafa, com orgulho na voz. Ele relembrou sua época na China Railway Jianchang Engineering Company (East Africa) Limited, onde contribuiu para a construção de hotéis e prédios governamentais.

“Com minha experiência trabalhando com empresas chinesas, aprendi que elas entregam um trabalho de alta qualidade e são muito dedicadas”, disse ele.

Mas para Mustafa, a importância do estádio vai muito além de um simples projeto.

Enquadrada na silhueta enevoada do Monte Meru, a estrutura de aço personifica um sonho, uma visão de transformação para Arusha, cidade frequentemente apelidada de “Genebra da África” ​​por abrigar a sede da Comunidade da África Oriental e várias organizações internacionais.

“Assim que o projeto for concluído, teremos modernizado significativamente a infraestrutura, especialmente considerando que Arusha é uma região turística”, disse ele.

Perto, Patrick Mallya, um experiente orçamentista com nove anos de experiência no CRCEG, monitorava cuidadosamente o progresso da obra. Formado pela Universidade Ardhi, Patrick construiu sua carreira ao lado de mentores chineses, adquirindo habilidades que vão muito além de sua formação acadêmica.

“Alcancei muitos marcos pessoais aqui. Ganhei conhecimento, aprendi a operar diversas máquinas e me familiarizei com novas tecnologias de construção”, explicou Patrick, traçando as linhas de uma planta manualmente.

“Mas a lição mais importante foi aprender disciplina e precisão, qualidades que meus supervisores chineses sempre destacam”, disse ele.

Histórias como essa são comuns no local do estádio de Arusha, onde trabalhadores locais não apenas constroem um marco, como transformam suas próprias vidas. A equipe de Mustafa se tornou mais qualificada, aprendendo com engenheiros chineses e dominando tecnologias avançadas.

Esse intercâmbio cultural transformou o canteiro de obras em uma sala de aula, onde técnicas e valores são compartilhados além dos projetos.

“Os requisitos de construção do estádio são muito maiores do que os de edifícios comuns, então os trabalhadores treinados aqui podem lidar com diversos projetos de engenharia”, disse Li Lin, gerente-executivo de projetos do CRCEG. Sua voz calma, mas firme, personificando a disciplina que guiou o projeto através dos desafios.

Previsto para se tornar uma das sedes da Copa Africana de Nações (AFCON, na sigla em inglês) de 2027, o estádio é mais do que uma instalação esportiva, é um símbolo do compromisso da Tanzânia em sediar grandes eventos internacionais.

Com 142.200 metros quadrados, o projeto terá um estádio com capacidade para 30.000 pessoas, telas de LED, sistema de iluminação com eficiência energética e tecnologias inteligentes para bilheteria e gestão. Inspirado na safira azul da Tanzânia e no Monte Kilimanjaro, o design do estádio incorpora as cores da bandeira tanzaniana, símbolo de orgulho nacional.

Mas o impacto do estádio vai além do aço e do concreto. Patrick o imaginou como um impulso para os negócios locais, enquanto Mustafa o via como uma transformação da paisagem urbana de Arusha e a criação de novas oportunidades de carreira para engenheiros locais.

Para Zhang Zhewei, um jovem engenheiro chinês recém-formado, o estádio é um projeto e uma jornada em desenvolvimento. Ele entrou na equipe há quase um ano, fazendo fotografia com drones e participando em vários departamentos técnicos para aprender sobre todos os ângulos.

“Aprendi sobre a Ferrovia Tanzânia-Zâmbia nos meus livros didáticos, o que me inspirou na parceria China-África. Agora, através das lentes do meu drone, observo a evolução do estádio e, junto com meus colegas locais, crescemos a cada dia”, disse ele.

“Quando a Copa do Mundo Africana começar em 2027, essas histórias de construção se tornarão memórias inesquecíveis, animadas como os próprios jogos”, disse Zhang, com orgulho nos olhos.

Marcelo Oliveira de A. Maranhao

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