Beijing – Cientistas chineses desenvolveram uma técnica de edição de genes para reduzir a altura das plantas de milho, permitindo a criação de variedades compactas e de alta densidade resistentes ao acamamento, de acordo com um estudo publicado na Plant Biotechnology Journal.
O milho, a cultura de cereais mais produzida no mundo, é fundamental para a segurança alimentar global. Embora o aumento da densidade de plantio seja uma estratégia fundamental para aumentar a produtividade, o progresso no desenvolvimento de plantas mais curtas e resistentes tem sido limitado pela falta de recursos genéticos.
A pesquisa foi conduzida pelo Instituto de Pesquisa em Biotecnologia da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (CAAS, em inglês) em colaboração com a Universidade Agrícola de Anhui e a Universidade Agrícola do Sul da China. O estudo se concentrou na modificação do gene Br2 por meio da edição de genes direcionados. Os pesquisadores projetaram um vetor de nocaute para o gene Br2 e identificaram sete linhas transgênicas com mutações distintas em variedades consanguíneas de milho.
Os experimentos de hibridização mostraram que todos os 28 descendentes híbridos derivados de cruzamentos com linhas consanguíneas de elite produziram progênie anã. Para acelerar a criação, a equipe desenvolveu um sistema de edição de genoma mediado por indutor haploide, permitindo a conversão de plantas haploides editadas em linhas duplo-haploides estáveis em duas gerações. Três linhas consanguíneas de elite tratadas com o sistema apresentaram reduções significativas na altura das plantas.
“Esse método permite a modificação rápida e precisa da altura da planta de diferentes origens genéticas”, disse Wang Baobao, autor correspondente do estudo e pesquisador da CAAS. “Ele fornece suporte técnico essencial para a criação de variedades de milho otimizadas para o plantio denso e com maior resistência ao acamamento.”
