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O Brasil quer aproveitar sua presidência do BRICS para ampliar o bloco e promover o comércio em moedas locais

Rio de Janeiro – O Brasil quer aproveitar a presidência rotativa do BRICS, que ocupará em 2025, para continuar expandindo o bloco e estudar o uso de moedas locais no comércio e no financiamento por meio do Novo Banco de Desenvolvimento do grupo, afirmou nesta quarta-feira o chanceler, Mauro Vieira.

Em entrevista ao programa do governo “Bom Dia, Ministro”, Vieira afirmou que “o BRICS é uma plataforma de cooperação, de troca de informações. É isso que vamos fazer: vamos continuar examinando as possibilidades de utilização de moedas locais no comércio, financiando através do Novo Banco de Desenvolvimento, presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, e continuaremos examinando a expansão, os critérios e as condições para expandir o grupo para um maior número de países representativos do mundo em desenvolvimento”.

Ao longo de 2024, o Brasil presidiu o G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana (a África do Sul assume a próxima presidência em 1º de dezembro) e em 2025 será sede da COP30 , na cidade amazônica de Belém, além de presidir o BRICS, bloco inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e recentemente ampliado com a Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia.

Sobre a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), Vieira disse que “chegará o momento de rever as metas anunciadas, as chamadas NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada), que são as metas de preservação e redução das emissões de gases com efeito de estufa para garantir um aumento não superior a 1,5 grau Celsius na temperatura global até 2030.”

Segundo ele, “o Brasil continuará liderando essa questão do clima, das mudanças climáticas e do meio ambiente”.

O chanceler brasileiro também se referiu à cúpula do G20, realizada na semana passada no Rio de Janeiro, e afirmou que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi a principal contribuição do Brasil durante sua presidência do G20.

“Sem dúvida, a apresentação, o lançamento oficial e o número de inscrições na Aliança Global foram um sucesso. É um mecanismo extremamente importante. Foi o carro-chefe da presidência brasileira, um carro-chefe que mobilizou todos os países”, disse o das Relações Exteriores.

Durante a entrevista, Mauro Vieira falou sobre os próximos passos para implementar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

“A Aliança Global é uma articulação entre as experiências nacionais de diferentes países e os fundos que foram mobilizados com doações. Assim, por exemplo, baseia-se nas experiências dos países. O Brasil tem Bolsa Família, Programa de Alimentação Escolar e um programa de promoção da agricultura familiar”, comentou.

“Todas são iniciativas que levam à produção de alimentos e sua distribuição, de acordo com padrões estabelecidos pelo governo. Portanto, é uma experiência que vai atender vários outros países em diversas outras regiões”, explicou. Segundo o ministro, as experiências serão compartilhadas entre os países. 

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