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Investimentos em educação diminuíram em média 0,4 ponto percentual no mundo, alerta UNESCO

Rio de Janeiro – Os investimentos em educação estão avançando em todo o mundo, com um declínio médio de 0,4 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) na última década, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) no Brasil.

No relatório Monitoramento Global da Educação (GEM) 2024, divulgado nesta quinta-feira em Fortaleza (nordeste do Brasil), a UNESCO alertou que 59 dos 171 países do mundo estudados não atingiram as metas de alocação pelo menos de 4% do PIB e pelo menos 15% dos gastos públicos com educação.

Nos últimos anos, a região da América Latina e Caribe passou de um investimento médio de 4,6% do PIB na educação em 2010 para 4,2% em 2022. A queda na América do Norte foi ainda maior, passando de 4,8 % do PIB investido na educação em 2010 para 3,8%.

Por outro lado, o Sul da Ásia foi uma região que mais aumentou o investimento na educação, passando de 3,1% em 2010 para 3,6% do PIB em 2022. A África Subsaariana também aumentou o investimento no mesmo período, de 3 ,7% para 3,9%.

O relatório mostra também que a despesa com a educação por criança ficou praticamente inalterada desde 2010 e que o percentual da ajuda internacional atribuída à educação caiu de 9,3% em 2010 para 7,6% em 2022.

O índice GEM 2024 monitoriza as ações dos países para cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sobre a educação, ODS 4, que visa garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos .

Os ODS são uma agenda global para acabar com a pobreza e a desigualdade. Foram acordados pelos 193 Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e deverão ser realizados até 2030, razão pela qual também são conhecidos como Agenda 2030. No total, são 17 ODS.

Além do financiamento, o relatório levanta novos desafios, como as alterações climáticas. Segundo o documento, quase 1 em cada 4 escolas primárias do mundo não têm acesso básico à água potável, saneamento e higiene. Segundo o texto, os governos também fazem investimentos mais amplos para oferecer aos estudantes e às escolas maior proteção contra o aumento das temperaturas e desastres naturais.

Outro aspecto destacado é o uso da tecnologia, que “ajuda estudantes que antes não tinham acesso à educação, mas também levanta novos problemas”, diz o relatório, que aponta que existem grandes desigualdades entre os países em termos de familiaridade com as atividades realizadas em computadores.

Como exemplo, o relatório informa que nos países de rendimento elevado, 8 em cada 10 adultos conseguem enviar um e-mail com anexo, mas nos países de rendimento médio, apenas 3 em cada 10 adultos conseguem fazê-lo.

No que diz respeito às atividades relacionadas com smartphones, nos países de rendimento elevado, 51% dos jovens e adultos são capazes de estabelecer medidas de segurança para dispositivos digitais, em comparação com 9% nos países de rendimento médio.

O relatório foi apresentado no Encontro Global de Educação (GEM) 2024, que começou nesta quinta-feira, e segue até sábado, em Fortaleza. O GEM é organizado pela UNESCO e reúne a comunidade educacional internacional, incluindo órgãos governamentais e não estatais, para chegar a um acordo sobre estratégias de aceleração para os anos restantes da Agenda 2030. 

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