SOUNDBITE – Luis Antonio Paulino – Diretor do Instituto Confúcio na UNESP
O Brasil e a China são dois países em desenvolvimento que têm muitos interesses comuns em nível mundial, que têm uma visão de mundo muito semelhante, que comungam dos mesmos pontos de vista.
Eu sempre uso uma imagem de que a cultura é como uma vela acesa. Quando você acende duas velas em um mesmo espaço, uma vela não rouba a luz da outra e as duas iluminam muito mais aquele espaço. Então, quando duas culturas se aproximam, são como duas velas acesas no mesmo espaço, ou seja, uma não rouba o brilho da outra e as duas ajudam a iluminar melhor aquele ambiente.
Então, quanto mais as culturas se aproximam, quanto mais as pessoas se entendem mutuamente como suas culturas, as pessoas se tornam mais tolerantes, as pessoas se tornam mais amigas e se tornam mais propensas à construção de um mundo mais pacífico.
O evento, que ocorre no Centro Cultural São Paulo até o próximo dia 14, traz uma seleção de filmes que reflete a riqueza cultural e artística do cinema chinês, com sessões gratuitas e programação planejada para todas as idades.
SOUNDBITE – Dai Jinhua – Professora da Universidade de Pequim
Desde o dia em que nasceu, o cinema tem duas vertentes. Primeiro, é global. Dizemos que a linguagem do cinema é uma espécie de esperanto. Mas de outra perspectiva. O cinema sempre foi imagem de um país. Eu acho que ele é um cartão de visita do povo, porque ele mostra questões triviais das pessoas comuns e expressas na vida cotidiana.
Não se esqueça que filme é um substantivo plural, não é um número singular. Não são apenas filmes comerciais de Hollywood, nem são apenas filmes de arte europeia, nem são apenas estilos em países asiáticos. Existem tantos filmes diferentes quanto diferentes civilizações e diferentes vidas no mundo. Por isso espero ter mais intercâmbios e mais conexões entre outros.
A abertura de abertura contou com a presença de representantes culturais da China, autoridades brasileiras e entusiastas do cinema.
Yu Peng, Cônsul Geral da China em São Paulo, disse durante seu discurso que espera que mais brasileiros se aproximem da China através da tela e que China e Brasil “usem o filme como meio” para realizar intercâmbios e cooperação culturais mais amplos e próximos.
A mostra se destaca por apresentar uma ampla variedade de gêneros, desde dramas históricos até filmes de ficção e comédias, oferecendo assim ao público uma visão ampla da produção audiovisual do país asiático.
A Mostra de Cinema Chinês de São Paulo, lançada em 2015, cresceu em importância e se tornou referência na agenda cultural paulistana.
SOUNDBITE – Márcia Carini – Espectadora
Esse filme, eu vi pela primeira vez. Achei que é um filme que mostra uma grande questão que acontece agora na China com essa nova geração.
Então, ele conseguiu trazer um pouco de humor e um pouco de emoção com o drama cotidiano de uma família, mas que fala de questões que são muito maiores do que as questões familiares.
O cinema é uma grande porta de entrada para a cultura de um país. Eu acredito nisso. E eu acho que para o Brasil, que é de fato um país que está tão longe da China e conhece tão pouco esse país, tão pouco da cultura chinesa, o cinema pode ser, de fato, uma maneira de conectar pessoas e de mostrar que , no final, nós somos mais parecidos do que diferentes.
Com uma crescente influência global do cinema chinês, eventos como a Mostra de Cinema Chinês de São Paulo ganham relevância ao promover o intercâmbio cultural e artístico, permitindo que o público brasileiro tenha acesso a produções que, muitas vezes, não chegam ao circuito comercial.
SOUNDBITE – Cecília Melo – Espectadora
Eu pesquiso cinema chinês há muitos anos, já há mais de 15 anos, então já fui para a China muitas vezes, já escrevi muitas coisas sobre cinema chinês, então é a minha paixão, é o que mais me interessa e pretendo continuar, porque é um universo muito, muito diverso e gigante, que cresce muito.
Eu sinto que cada vez mais o cinema chinês tem adquirido essa possibilidade de cruzar fronteiras e conquistar um público fora da China. Então isso também é parte dessa expansão do cinema chinês, essas transformações que o cinema vem passando nas últimas décadas e que também se internacionaliza mais, apesar de continuar, claro, muito chinês, mas adquire uma característica que também encanta públicos de todo o mundo .
O cinema, sem dúvida, é uma forma de arte que viaja e que cria pontes.
Ela é assim desde que apareceu, desde que nasceu e continua sendo uma imagem em movimento. Imagens e som em movimento e imagens é som que viajam e que, por isso, promove esse tipo de relação de experiência e de conhecimento entre países distantes.
Esta é uma oportunidade imperdível para os cinéfilos de São Paulo e para todos os interessados em conhecer mais sobre a cultura e o cinema chinês.
A 9ª edição do evento promete ser um marco na agenda cultural da cidade, fortalecendo o diálogo entre China e Brasil através da sétima arte.