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Um aperto de mão a 18 mil milhas de distância

Rio de Janeiro – Enquanto olhava pela janela do carro as estruturas arquitetônicas emblemáticas, como o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e diversos museus, Pan Lu, acordeonista da Banda Marcial do Exército de Libertação Popular da China, demonstrava grande excitação, sem aparentar nenhum sinal de cansaço, mesmo após quase 30 horas de voo contínuo.

Ela e os outros sete integrantes da banda, vestidos com os trajes da Banda Marcial, estavam se preparando para uma apresentação especial de “flash mob” de música militar. Esta foi uma das atividades da Semana Cultural Militar da China no Brasil, organizada pelo Departamento de Trabalho Político da Comissão Militar Central da China, e também marcou a primeira vez que a Banda Marcial do Exército de Libertação Popular da China realizou uma apresentação em uma comunidade estrangeiro.

“Antes, quando fazíamos apresentações de música militar no exterior, era sempre para um público que vinha até nós voluntariamente. Mas hoje é diferente: nós até a comunidade local para tocar para as pessoas comuns”, disse Pan Lu, que acaboua de participar do Festival Internacional de Bandas Militares Torre Spasskaya, na Rússia. “Uma coisa é tocar para um ‘público’, outra é tocar para o ‘povo’. A sensação é muito diferente.”

Na manhã de sábado, o maior mercado de artigos importados da América do Sul, o Mercado Atacadista e Varejista de Importação e Exportação de Brasília, estava lotado de pessoas. No canto do mercado, um grupo de músicos chineses, que havia viajado mais de 18 mil quilômetros, estava oferecendo um banquete sonoro sem precedentes.

O trompetista Guo Sixiao adentrou a multidão, e o som suave do trompete ressoou pelo mercado, atraindo a atenção dos presentes. Os membros da banda caminharam entre os corredores do mercado enquanto tocavam, e as pessoas, de ambos os lados, abriram o caminho automaticamente. Ao final da primeira música, uma multidão formou espontaneamente um círculo ao redor dos músicos, criando um “palco” sem barreiras.

“Estou no Brasil há 25 anos e nunca vi uma apresentação musical neste mercado. Não imagino que a primeira que eu veria seria justamente da banda marcial”, comentou Lin Xiuping, dono de uma loja e imigrante chinês de Wenzhou, Zhejiang. “Quando ouvi ‘Canção à Pátria’ em um país estrangeiro, senti profundamente a força da nossa pátria!”

Quando músicas populares brasileiras, como “Aquarela do Brasil” e “Garota de Ipanema”, começaram a tocar, a atmosfera atingiu seu ápice. O povo brasileiro, com sua natureza calorosa e vibrante, entrou no “palco” improvisado e começou a dançar samba, enquanto alguns até cantavam junto com a melodia.

“Eu estava apenas passando casualmente hoje, mas fui atraído diretamente por esta apresentação. Gostei demais!” disse Lúcio, morador local. A namorada dele Andressa não conseguiu assistir à performance ao vivo, então ele imediatamente fez uma videochamada para transmitir o evento exclusivamente para ela.

O gesto de Lúcio não passou despercebido pelos membros da banda. “Embora não nos conheçamos, esse tipo de emoção é algo que conseguimos sentir claramente, independentemente das fronteiras”, disse Zhang Ziyong, tocador de sono. “Depois, Lúcio veio apertar nossas mãos e não soltou por um bom tempo.”

Quando duas mãos de lados opostos do mundo se encontram e se apertam, o verdadeiro significado da apresentação se revela. Após o evento, Lúcio admitiu que sabia um pouco sobre a China, mas que essa apresentação lhe mostrou que a China é um país aberto e amigável, e que vale a pena fazer amizade.

Agência Xinhua

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