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Trump está perto da indicação do Partido Republicano em meio ao forte apoio da base

Washington – Espera-se que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, conquiste a indicação do Partido Republicano em breve, em meio ao forte apoio de sua base.

O principal candidato republicano pode garantir a indicação já na terça-feira, depois que as autoridades contarem os votos das primárias ocorridas nos estados da Geórgia, Washington, Mississippi e Havaí. Nas quatro primárias, 161 delegados do Partido Republicano estão em disputa.

Trump garantiu até 1.075 delegados, de acordo com estimativas da mídia dos EUA, e está prestes a obter os 1.215 delegados necessários para ganhar a indicação de seu partido.

Trump seria o primeiro candidato do Partido Republicano na história dos EUA a conquistar a indicação três vezes consecutivas. O ex-presidente Richard Nixon venceu três vezes, mas não foram consecutivas.

A BASE POPULAR DE TRUMP

Apesar de seus baixos números gerais nas pesquisas, a base de Trump é ferozmente leal ao bilionário bombástico.

“Ele ainda está de pé por causa de seu forte apoio na base do partido”, disse Darrell West, membro sênior da Brookings Institution, em entrevista à Xinhua.

“Trump ganhou a indicação do Partido Republicano facilmente porque a maioria dos republicanos concorda com sua posição sobre as principais questões”, disse West. “Vários candidatos desafiaram Trump, mas nenhum deles foi capaz de flanquear Trump, seja pela direita ou pela esquerda.”

Christopher Galdieri, professor de ciências políticas do Instituto Saint Anselm, disse à Xinhua: “Trump conseguiu ampliar seu controle sobre o Partido Republicano”.

“Ele essencialmente tornou praticamente impossível para os republicanos permanecerem no partido e não o apoiarem”, disse Galdieri.

Mitch McConnell, o líder republicano cessante no Senado, disse na semana passada que apoiaria Trump para a presidência, após anos de relações tensas, indicando que o partido está cada vez mais alinhado com Trump.

Clay Ramsay, pesquisador do Centro de Estudos Internacionais e de Segurança da Universidade de Maryland, disse à Xinhua que muitos republicanos que se opunham a Trump deixaram o Partido Republicano.

Isso ocorre porque os eleitores que apoiam Trump acreditam que Washington falhou com eles.

A base do ex-presidente vê Trump como um forasteiro de Washington que leva a sério a limpeza das ineficiências do governo e – especialmente – a restauração de empregos que foram enviados para o exterior.

Muitos dos apoiadores vêm de regiões com desemprego muito acima da média e renda muito abaixo da média.

Esses problemas, segundo eles, são consequência das políticas globalistas contra as quais Trump diz se opor.

“Ele se identifica com (os apoiadores). Ele entende seus eleitores e concorda com eles”, disse Sandy Rollins, 68 anos, aposentada e apoiadora de Trump no estado da Pensilvânia, em entrevista à Xinhua.

GRANDES SOMAS DE DINHEIRO

Um novo relatório da Adlmpact, uma empresa de rastreamento de anúncios, prevê que o atual ciclo eleitoral será o mais caro da história dos EUA, já que os candidatos gastarão um total de US$ 10 bilhões, informou o site norte-americano MarketWatch.

Somente no terceiro trimestre, as campanhas de Trump e do atual presidente Joe Biden arrecadaram mais de US$ 24 milhões cada uma.

O total de gastos externos é “surpreendentemente alto para este ponto do ciclo – já estamos em quase 230 milhões (de dólares)”, informou o site MarketWatch. Isso é mais de cinco vezes mais do que o valor gasto a essa altura da temporada eleitoral de 2020.

Galdieri disse que, apesar do domínio de Trump sobre o partido, há críticos ricos o suficiente para que os candidatos da oposição consigam levantar grandes somas de dinheiro para concorrer contra ele.

“Isso, combinado com os gastos do próprio Trump, tornou essa primária muito cara”, disse Galdieri.

Ramsay disse que a proliferação de candidatos republicanos no início e o grande interesse de muitos republicanos ricos em ter um candidato que não fosse Trump foram fatores importantes.

REVANCHE ENTRE TRUMP E BIDEN

Há semanas é óbvio que Trump está se dirigindo para uma revanche contra Biden, depois que Biden conquistou a Casa Branca com uma pequena maioria em 2020, no auge da crise da COVID-19.

Por sua vez, espera-se que Biden garanta a indicação de seu partido na terça-feira, já que o presidente não enfrentou oposição séria de nenhum outro candidato.

Muitos especialistas observam que Biden enfrentará uma tarefa difícil ao concorrer contra Trump, já que Trump lidera Biden na maioria das pesquisas.

Uma análise do site norte-americano Politico sugere que Trump está “ganhando impulso”, mas enfrenta problemas como financiamento de campanha, unidade do partido e uma série de problemas legais.

Trump está envolvido em quatro processos criminais, enfrentando um total de 91 acusações criminais, e recentemente foi multado em centenas de milhões de dólares em dois processos civis. Ele nega todas as acusações e acusa Biden e o Partido Democrata de uma contínua “caça às bruxas políticas” contra ele.

Uma pesquisa recente, divulgada pela Bloomberg e pela Morning Consult, no entanto, descobriu que 53% dos eleitores dos principais estados decisivos se recusariam a votar em Trump se qualquer um dos quatro processos criminais que ele está enfrentando resultar em uma condenação.

Em seu caminho para a reeleição, Biden enfrenta desafios como os baixos índices de aprovação e sua idade avançada. A maioria dos americanos não aprova sua maneira de lidar com a economia, a imigração e a segurança nas fronteiras.

Para piorar a situação, os comentários recentes de Biden sobre imigração e a resposta ao conflito israelense-palestino também geraram insatisfação entre alguns membros de seu próprio partido.

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