Por Julia Pierrepont III e Tan Jingjing
Los Angeles – 52 anos depois, chineses e americanos estão honrando o legado da “Diplomacia do Ping-Pong” e pedindo esforços conjuntos de ambos os lados para consolidar a relação de amizade e intercâmbio entre China e EUA.
Centenas de atletas, VIPs, fãs de esportes e autoridades dos Estados Unidos e da China se reuniram esta semana em um evento no Pacific Palms Resort, no condado de Los Angeles, comemorando o 52º aniversário do histórico acordo “Diplomacia do Ping-Pong” entre China e EUA.
A festa, após o campeonato Aberto de Tênis de Mesa dos EUA e um campeonato de tênis de mesa da amizade China-EUA no início deste mês, foi o destaque de várias comemorações da “Diplomacia do Ping-Pong”, realizadas respectivamente em Washington D.C., São Francisco e Los Angeles.
A “Diplomacia do Ping-Pong” ajudou a determinar as bases para o estabelecimento de laços entre a China e os Estados Unidos.
A era da “Diplomacia do Ping-Pong” começou quando o jogador de tênis de mesa americano Glenn Cowan perdeu o ônibus do time e foi convidado pelo jogador chinês Zhuang Zedong para viajar com ele no ônibus do time chinês no 31º Campeonato Mundial de Tênis de Mesa no Japão.
A reunião dos jogadores de tênis de mesa chineses e americanos levou a um convite do governo chinês para a equipe dos EUA visitar a China, e este pequeno ato ajudou a quebrar o gelo entre os governos chinês e americano na época.
“Esse gesto aparentemente pequeno teve um grande significado simbólico”, disse à Xinhua, Gene Sykes, presidente do Comitê Olímpico e Paraolímpico dos EUA. “O Ping-Pong abriu caminho para a normalização das relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos”.
“O impacto deste evento ultrapassou o âmbito desportivo. Foi a abertura para um amplo leque de colaborações que abrangeram os domínios científico, cultural, artístico e educativo”, mencionou ele.
“Hoje, 52 anos depois, a relação sino-americana virou um fator-chave na estabilidade e prosperidade globais”, afirmou o cônsul-geral chinês em Los Angeles, Guo Shaochun.
“Neste momento, devemos valorizar a relação duramente conquistada entre os dois países e trabalhar juntos para promover as relações com base no respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação mútua”, disse Guo.
“Isso só mostra como um pequeno ato de espírito esportivo entre atletas pode mudar a história do mundo”, disse à Xinhua, Barney Reed, jogador olímpico de tênis de mesa dos EUA e treinador principal da equipe de Ping-Pong do Google.
A campeã americana de tênis de mesa da Tríplice Coroa, Connie Sweeris, membro da histórica equipe americana de tênis de mesa de 1971 que jogou na China, disse à Xinhua que “foi muito legal treinar com os chineses e compartilhar nosso conhecimento sobre tênis de mesa, especialmente para os americanos porque os jogadores chineses nos ensinaram ótimas técnicas”.
“A diplomacia do Ping-Pong é uma parte realmente importante das relações entre EUA e China”, disse à Xinhua, Dell Sweeris, marido de Connie e também campeão de tênis de mesa do Aberto dos EUA. “Os governos podem aprender muito com o bom espírito esportivo”.
Muitos outros participantes sentiram que os dois países têm muito a aprender com a “Diplomacia do Ping-Pong” nos tempos difíceis de hoje.
“Quando você tem países com filosofias políticas diferentes, há um terreno comum no mundo do esporte”, disse à Xinhua, John Naber, membro do Comitê Olímpico dos EUA e ex-nadador olímpico.
Virginia Sung, CEO do USA Table Tennis, disse que a “Diplomacia do Ping-Pong” exemplifica a eficácia da diplomacia cultural e esportiva como ferramentas para quebrar barreiras.
“O legado da ‘Diplomacia do Ping-Pong’ continua nos inspirando a olhar além das nossas diferenças e a estabelecer pontos comuns nas nossas experiências humanas compartilhadas, além de promover ligações interpessoais que formam a base para melhorar as relações diplomáticas”, disse Sung.
“Temos a responsabilidade conjunta de levar adiante o espírito da ‘Diplomacia do Ping-Pong’ e melhorar o bem-estar dos nossos dois povos através da cooperação mutuamente benéfica”, disse o cônsul-geral Guo.