Chengdu – Os avanços científicos e tecnológicos na comunicação do circuito cerebral, na interação cérebro-computador e no monitoramento da doença de Parkinson inspiraram grande confiança no renomado cientista cubano Pedro A. Valdés-Sosa sobre a promoção de pesquisas colaborativas entre a China e Cuba na ciência do cérebro e na tecnologia neurológica.
“Eu gostaria de participar de mais cooperação entre a China e Cuba”, disse o cientista de 73 anos. Ele trabalha, desde 2011, na Universidade de Ciência e Tecnologia Eletrônicas da China, na Província de Sichuan, no sudoeste da China, e liderou sua equipe a publicar uma série de artigos em revistas internacionais de primeira classe.
Certos resultados de pesquisa encontraram uso prático em aplicações clínicas, que incluem o início de aplicações médicas de um dispositivo de monitoramento da saúde do cérebro.
Atualmente, a universidade está promovendo a construção conjunta de um laboratório no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota para servir como uma plataforma importante para a cooperação sino-cubana em inovação científica e tecnológica. De acordo com Sosa, o laboratório será aberto ao mundo.
Nos últimos anos, o mecanismo de cooperação China-América Latina em inovação científica e tecnológica tem evoluído constantemente, adotando diversas formas.
A Estação Espacio Lejano, um projeto conjunto da China e da Argentina, desempenhou um papel vital em missões como a Chang’e-4 e a Tianwen-1. O satélite de Recursos da Terra, desenvolvido em conjunto pela China e pelo Brasil, expandiu os caminhos para a cooperação espacial entre os dois países. Ao mesmo tempo, a construção de um centro de inovação de alimentos sustentáveis entre a China e a América Latina está progredindo rapidamente.
A cooperação científica e tecnológica entre a China e a América Latina vem gerando um impacto social substancial na comunidade local, observou Luo Xun, professor especializado em pesquisa de gêmeos digitais da Universidade de Tecnologia de Tianjin.
“As tecnologias chinesas, como blockchain, fintech e gêmeos digitais, têm apoiado as startups científicas e tecnológicas na América Latina”, disse Luo. “A cooperação entre a China e a América Latina contribuiu para a construção conjunta de várias fábricas de produção de vacinas e melhorou os padrões do setor de biotecnologia local.
Luo treinou mais de 50 estudantes latino-americanos que, posteriormente, retornaram a seus países de origem para contribuir com a inovação científica e tecnológica local. Suas experiências mostraram que a cooperação científica e tecnológica entre a China e a América Latina transcende as diferenças culturais e as fronteiras geográficas e contribui para o desenvolvimento regional, disse Luo.
Marco Antonio Cabero Zabalaga, um cientista boliviano de 40 anos que também é presidente e fundador dos Países da Rota Andina para Ciência e Tecnologia, participou da Conferência Mundial sobre Alfabetização Científica de 2023 em setembro deste ano em Beijing.
A Rota Andina é uma passagem milenar na região andina que facilitou a troca de informações e mercadorias nos tempos antigos. Cabero espera reviver a glória dessa antiga estrada promovendo intercâmbios científicos e tecnológicos.
Em 2010, a China assinou um acordo de cooperação em satélite com a Bolívia, prometendo entregar ao país um satélite de comunicação e um sistema de controle e medição terrestres e de aplicação.
Cabero acredita firmemente que a ciência deve servir às pessoas. “O povo latino-americano precisa de uma cooperação internacional mais pragmática, e a China oferece muitas soluções.”
A cooperação científica e tecnológica com a China introduziu tecnologia e conhecimento avançados na América Latina, além de aprofundar o entendimento e o respeito mútuos entre os dois lados, observou Cabero.