Rio de Janeiro – O governo brasileiro quer atingir a meta de produzir 70% de todos os insumos de saúde utilizados no país em um prazo de até dez anos, afirmou nesta terça-feira a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Em uma entrevista concedida ao programa semanal “Conversa com o Presidente”, Trindade explicou que a pandemia deixou muito claro que o Brasil depende de insumos que chegam do exterior para sua indústria sanitária e que, portanto, o objetivo é produzi-los nacionalmente para não depender de outros países.
Segundo a ministra, estão previstos investimentos de 42,1 bilhões de reais (US$ 8,44 bilhões). Parte disso será no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), onde teremos investimentos nos laboratórios públicos, voltados para a Hemobrás, para quadruplicar a produção de vacinas, um grande instrumento para a saúde regularmente e para as situações de pandemia.
Trindade acrescentou que, do montante total, estão previstos cerca de 23 bilhões de reais (US$ 4,61 bilhões) em investimentos procedentes do setor privado, além de financiamentos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Ao todo, isso totaliza R$ 42,1 bilhões. É o maior investimento nos últimos anos porque criamos um sistema favorável”, ressaltou.
“Para que haja investimento em inovação e produção, é fundamental ter uma previsibilidade. A partir de 2017, o Brasil, ficou numa vulnerabilidade muito grande e esses investimentos ficaram numa situação muito difícil. Eu, quando fui presidente da Fiocruz, vivi isso na pele”, relatou.
“Esta ação está alinhada à nova política industrial, uma política por missão. E a missão na saúde é atender as necessidades da população. Nosso foco não é no produto, mas nas necessidades sentidas a partir do Sistema Único de Saúde (SUS)”, concluiu.