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Entrevista: Laços com a China se fortalecem com a incorporação do yuan, diz presidente do banco central argentino

Por Wang Zhongyi e Victoria Arguello

Buenos Aires – A recente decisão do Banco Central da Argentina de permitir a abertura de contas bancárias em yuan chinês, ou renminbi, representa um passo à frente no apoio da Argentina à internacionalização da moeda chinesa, disse o presidente do banco central.

“Desde o momento em que a China propôs a internacionalização do RMB, a Argentina apoiou esse processo, como a maioria dos países do mundo”, disse Miguel Angel Pesce recentemente em uma entrevista à Xinhua em Buenos Aires.

Para a Argentina, continuou ele, isso foi acompanhado mais recentemente, em novembro, com a instalação de serviços como o banco de compensação RMB pelo Banco Industrial e Comercial da China.

“Também vimos que muitas empresas chinesas e argentinas estão levantando a possibilidade de trazer investimentos diretamente em renminbi para a Argentina, que podem ser em contas ou investimentos no mercado de capitais”, explicou.

O executivo destacou a autorização da Comissão Nacional de Valores Mobiliários do país para operações em renminbi no mercado financeiro local.

Sobre o impulso que o banco central está a dar às operações à vista e futuras em yuan, Pesce disse que o potencial será definido pelos investidores e empresas, descrevendo o swap cambial entre os bancos centrais dos dois países como o “eixo central” do mecanismo inteiro.

“Esperamos que as operações no mercado de capitais cresçam. Também é essencial que tudo esteja amparado por uma ferramenta que dê liquidez quando necessário, o que é o papel que o contrato de swap cumpre fundamentalmente”, acrescentou.

Além disso, o presidente do banco destacou outros avanços no uso do renminbi, incluindo empresas locais que usam o yuan para pagamentos de importações chinesas, o que “evita ter que usar moedas de terceiros nas transações”.

Pesce elogiou a forte posição da China como destino comercial da Argentina e previu um aumento de mais de US$ 10 bilhões no comércio bilateral devido ao aumento dos embarques argentinos.

“Há um reforço na relação comercial entre os dois países”, notou, mas também a nível turístico, o que possibilitou medidas como a habilitação do cartão de crédito chinês da UnionPay.

Em sua opinião, a China e a Argentina têm amplas possibilidades de uma maior cooperação futura na área financeira.

“Estamos trabalhando permanentemente com o Banco Popular da China para fortalecer as relações… queremos ampliar as possibilidades”, disse Pesce.

Agência Xinhua

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