Varsóvia — Um especialista polonês disse que gostaria de ver a China, que responde por 77% da produção global de células de bateria, como parceira em vez de concorrente da Polônia neste campo.
A Polônia ultrapassou os Estados Unidos com a segunda maior capacidade de produção de baterias de íon-lítio do mundo, atrás apenas da China, de acordo com um relatório publicado no mês passado pela Associação Polonesa de Combustíveis Alternativos (PSPA).
“Acho que a cadeia de valor da mobilidade elétrica europeia e polonesa está buscando parcerias em todas as áreas. Então, qualquer parceria tecnológica que leve a um transporte de emissão zero será uma opção”, disse à Xinhua em entrevista recente, Aleksander Rajch, membro do conselho da PSPA.
Rajch disse que atribui o sucesso da China na indústria de baterias automotivas ao seu grande mercado interno, competitividade tecnológica e acesso a recursos.
“A China tem muito acesso e depósitos de lítio, além de outras matérias-primas essenciais. Portanto, a China é autossustentável com mercado e potencial enormes”, disse ele. “As empresas chinesas de baterias de íon-lítio estão chegando à Europa, e com isso, a inovação também”.
Rajch, também diretor de relações externas da PSPA, a maior ONG polonesa de promoção da mobilidade elétrica, disse que, além das boas condições econômicas e do baixo custo para iniciar negócios, a Polônia também tem “mão de obra qualificada e proximidade com o maior mercado automotivo da União Europeia (UE), o mercado alemão”.
A Polônia produz ônibus elétricos, componentes para infraestrutura de carregamento, soluções de software e baterias de íon-lítio. “É uma ótima cadeia de valor”, disse Rajch.
A capacidade de produção da Polônia aumentou para 73 GWh, ou 6% do total mundial em 2022, segundo o relatório. O valor das exportações no setor de baterias aumentou 38 vezes nos últimos seis anos, de cerca de 1 bilhão de zlotys (240 milhões de dólares americanos) em 2017 para 38,6 bilhões de zlotys em 2022, segundo o Escritório Central de Estatísticas da Polônia.
Citando que a indústria de veículos elétricos (VEs) cresceu exponencialmente na China nos últimos anos, Rajch disse que espera mais desses veículos chineses nas estradas europeias.
“Com esta nova tecnologia, mobilidade elétrica e tudo relacionado a ela, a China é um enorme concorrente e está em igualdade, se não o maior, nesta área”, disse ele.
“O mercado e as estradas vão mudar. Haverá mais ofertas mistas na Europa”, disse Rajch. (1 zloty polonês = 0,24 dólar americano)