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Investimentos chineses no Brasil crescem 208% em 2021

Rio de Janeiro — Os investimentos de empresas chinesas no Brasil aumentaram 208% em 2021, em comparação com o ano anterior, chegando a US$ 5,9 bilhões, informou nesta quarta-feira o Conselho Empresarial Brasil-China.

Trata-se do maior montante de investimentos procedentes da China no Brasil desde 2017 e indicam uma retomada após a pandemia da COVID-19. Apesar de um cenário de instabilidade global, as companhias chinesas implementaram 28 grandes projetos empresariais no Brasil em 2021, retomando o ritmo de crescimento iniciado em 2016 e interrompido em 2019 com a pandemia.

Segundo explicou o coordenador do relatório, Tulio Carrielo, várias empresas chinesas que já atuavam no Brasil expandiram sua presença no país no ano passado e apareceram também novos atores, como a fabricante de veículos Great Wall, que comprou uma fábrica da Mercedez-Benz no estado de São Paulo.

Carrielo destacou que o volume de investimentos chineses no Brasil em 2021 regressou ao dos níveis prévios à pandemia. Em 2018, houve 31 grandes projetos chineses no país e, um ano antes, foram 28.

O relatório apontou que o aumento de investimentos chineses no Brasil foi superior aos feitos por empresas asiáticas em outros países.

“A tendência é de que não haja novos grandes picos de investimentos futuros, que haja uma estabilidade, ao menos por algum tempo, porque parece que os investidores chineses estão priorizando agora a qualidade dos projetos em vez da quantidade”, disse Carrielo ao citar o Brasil como “o centro de gravidade” dos investimentos chineses na América do Sul.

Segundo o relatório, o setor elétrico atraiu 13 dos 28 projetos chineses instalados no Brasil em 2021, ou seja, 46% do total, enquanto o setor de tecnologia da informação, com 10 projetos quase igualou os 12 implementados entre 2007 e 2020.

Por valor, o setor de petróleo absorveu 85% dos US$ 5,9 bilhões que as companhias chinesas investiram no país no ano passado.

“Estamos colhendo os frutos de uma relação de muitos anos”, comentou a economista e membro do Conselho Empresarial Brasil-China Tatiana Rosito, para quem as empresas chinesas fazem apostas de longo prazo no Brasil. 

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