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Observatório Econômico: Instituições financeiras internacionais otimistas sobre o mercado chinês

Beijing, 29 ago – No início da década de 1990, o Principal Financial Group (PFG), uma empresa norte-americana de gestão de investimentos financeiros globais e seguros, criou seu escritório de representação em Beijing, juntamente com muitas outras instituições financeiras internacionais atraídas para a China em busca de oportunidades de negócios.

Desde então, o PFG mantém uma relação estratégica de cooperação com o Banco de Construção da China (BCC). Em 2005, eles estabeleceram conjuntamente a CCB Principal Asset Management Co., Ltd., que se tornou um importante player no setor de gestão de ativos da China.

A pegada da PFG na China dá uma amostra do próspero desenvolvimento de instituições financeiras internacionais no país.

MAIS POLÍTICAS FAVORÁVEIS

Para atrair investidores estrangeiros, a China extinguiu limites de propriedade estrangeira para empresas que atuam com títulos, gestão de fundos, futuros e seguros de vida. Também permitiu que investidores institucionais qualificados do exterior investissem diretamente ou por meio de conectividade no mercado de títulos na bolsa desde 30 de junho deste ano.

As políticas foram bem recebidas pelas instituições financeiras internacionais e reforçaram ainda mais o apelo da indústria financeira e do mercado chinês.

“Demorou apenas cerca de 13 meses, entre maio de 2020 e junho de 2021, para que pudéssemos obter aprovação para os negócios. Isso é muito rápido para um negócio de corretagem de dinheiro”, disse Ono Tomoyuki, vice-presidente da Ueda Yagi Money Broking (China) Co., Ltd.

Apesar da pandemia, a empresa havia formado parcerias com mais de 1.100 instituições até o final de julho deste ano.

Muitas outras instituições com financiamento estrangeiro também viram seus negócios crescendo, impulsionados pela abertura financeira da China.

“No último ano, aceleramos os negócios em ofertas públicas iniciais, refinanciamento, fusões e aquisições transfronteiriças e títulos verdes. Também estamos no primeiro grupo de membros da Bolsa de Valores de Beijing”, disse Geng Xin, CEO da Daiwa Securities (China).

Geng observou que a empresa está focada nos setores de consumo, saúde e manufatura avançada e está comprometida em construir uma ponte entre a China e o Japão em trocas de negócios e de capital.

Como a segunda maior economia do mundo, a China é um dos destinos mais populares para investimento estrangeiro, e seu apelo tornou-se ainda mais forte na última década devido à abertura financeira constante.

Em 2021, o capital e os ativos dos bancos estrangeiros na China aumentaram, em ambos os casos, mais de 50% em relação a 10 anos atrás, e para as companhias de seguros estrangeiras, os números subiram 1,3 vez e seis vezes, respectivamente.

Os investimentos vindos do exterior em títulos chineses chegaram a US$ 2,16 trilhões no final do ano passado, marcando um aumento de três vezes em relação ao de 2012.

Grandes referências globais como MSCI, FTSE Russell e S&P Dow Jones incluíram as ações da parte continental da China em seus índices e elevaram seus pesos. Os bônus públicos da China também entraram em três grandes índices globais de mercado de títulos.

“À medida que mais investidores estrangeiros entrarem nos mercados de capitais onshore da China, a Fitch Bohua ganhará reconhecimento de mais participantes do mercado”, disse Chen Dongming, presidente da Fitch Bohua, unidade da agência de classificação na China.

“Aproveitaremos as novas oportunidades criadas pelas reformas regulatórias e pelas demandas de mercado em rápida mudança”, acrescentou Chen.

EXPECTATIVAS POSITIVAS

A economia global está a caminho de crescer 2,9% em 2022, uma queda de 1,2 ponto percentual em relação à projeção de janeiro, disse o Grupo do Banco Mundial em suas Perspectivas Econômicas Globais em junho.

De acordo com as projeções, o impulso de crescimento econômico da China deve se recuperar no segundo semestre de 2022.

Vários executivos de instituições financeiras internacionais expressaram confiança na economia da China, apesar da pressão inflacionária global e de uma lenta recuperação econômica.

“Como estrangeiro que trabalha na China, acho que o desenvolvimento econômico da China tem muita resiliência, forte impulso e perspectivas otimistas”, disse Ono Tomoyuki.

A China alcançará um desenvolvimento econômico estável e sustentado, pois possui grande quantidade de entidades de mercado, sistemas industriais completos, uma força de trabalho diligente e forte capacidade de governança social, acrescentou Ono Tomoyuki.

Apesar da pandemia da COVID-19 e do aumento dos riscos e desafios do ambiente externo, a demanda do mercado internacional permanece estável no geral, disse Zhang Chi, diretor de classificação da Fitch Bohua.

Observando que em junho as exportações chinesas registraram um crescimento melhor do que o esperado, Zhang disse que espera-se que as importações e exportações do país mantenham um crescimento constante no segundo semestre do ano.

“Estamos otimistas com o desempenho da economia chinesa no segundo semestre do ano, e mais capital fluirá para indústrias e mercados que têm um enorme potencial de crescimento”, disse Geng, da Daiwa Securities (China). 

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