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Brasil adota geração distribuída de energia solar com apoio de empresas chinesas

Brasília — A energia solar fotovoltaica tem registrado um crescimento acelerado no Brasil nos últimos cinco anos, em especial devido ao desenvolvimento do mercado de energia distribuída, com uma forte presença de empresas chinesas oferecendo equipamentos, tecnologia e soluções.

A geração distribuída é aquela que as famílias podem colocar no telhado de suas casas, diferente da geração centralizada, que implica em projetos mais complexos e de maior investimento.

Entre suas vantagens está sua natureza renovável, que ajudará o Brasil a manter o equilíbrio ambiental em sua matriz energética, levando em conta que mais de 80% da matriz elétrica brasileira é limpa.

Em termos de capacidade instalada, a fonte solar — somando a centralizada e a distribuída — é a terceira na produção de energia elétrica no pais, com 8,4%, atrás da hidrelétrica e da eólica.

A previsão é que no final de 2023, a energia solar supere a eólica, passando a ser a segunda fonte energética brasileira.

Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), explicou em entrevista à Xinhua que o Brasil conta atualmente com 12 gigawatts (GW) de potência instalada em geração distribuída.

“A maioria dos projetos, 85%, são pequenos. São pessoas, pequenos negócios, indústrias, pequenos produtores agrícolas, que chamamos de prosumidor, o consumidor que produz. Esta é uma tendência irreversível”, destacou.

Com um crescimento de 55 vezes desde 2017, a geração distribuída tem ainda um grande potencial de desenvolvimento, a partir da aprovação em janeiro deste ano do Marco Legal para a Micro e Minigeração Distribuída, que deu maior segurança jurídica ao setor.

“Ainda é um mercado muito novo, com muita margem, tanto para o crescimento como para o desenvolvimento de novas tecnologias”, comentou Chrispim, para quem, a potência instalada deve alcançar pelo menos 40 GW em 2030.

Segundo Chrispim, mais de 80% das empresas fornecedoras de equipamentos são de origem chinesa.

“Conseguimos essas cifras porque temos bons fornecedores chineses que nos apoiam. Huawei é uma delas, mas há outras empresas chinesas com produtos de qualidade”, afirmou.

Em uma ação conjunta com a Huawei, a ABGD trouxe para Brasília o Solar Truck, um projeto para visitar mais de 50 cidades com o objetivo de qualificar profissionais e fomentar as iniciativas empresariais com energias renováveis.

O engenheiro Nelson Stanisci, Gerente de Soluções da divisão Digital Power da Huawei, disse à Xinhua que um dos atrativos para os consumidores é o econômico, mas, além disso, muitos buscam a sustentabilidade, para contribuir com um sistema energético mais renovável.

Na divisão Digital Power da Huawei, o produto estrela são os inversores fotovoltaicos, além de baterias e acessórios.

“O inversor fotovoltaico é o cérebro da central elétrica, desde o sistema residencial até o sistema de geração centralizado dos grandes projetos”, explicou.

Segundo Stanisci, é possível implementar projetos residenciais com uma amortização de 4 a 5 anos, um investimento muito atraente já que o sistema tem potencial para durar mais de 20 anos.

“No Brasil, temos uma grande vantagem, tanto pelo recurso solar, como pela disponibilidade de área e por estar perto da linha do Equador, o que, também, é uma condição favorável. Creio que estamos em um bom caminho e o crescimento da energia solar não tem volta atrás, será muito inovador”, enfatizou. 

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