Rio de Janeiro – A rentabilidade das instituições financeiras se recuperou em 2021, após o impacto causado pela pandemia da COVID-19, e o saldo positivo dos bancos bateu recorde, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira.
De acordo com o BC, o chamado retorno sobre o patrimônio líquido do sistema bancário nacional alcançou 15,1% em dezembro do ano passado, contra 11,5% no fechamento de 2020, quando caiu devido aos efeitos da pandemia.
O aumento da rentabilidade dos bancos brasileiros foi registrado em um ano de crescimento dos empréstimos bancários e de alta na taxa básica de juros pelo Banco Central na tentativa de conter as pressões inflacionárias, que saltou de 2% ao ano em fevereiro de 2021 para 9,25% no fechamento do ano passado.
A taxa de juros bancária média de pessoas física e empresas, por sua vez, registrou em 2021 o maior aumento em seis anos, alcançando 33,9% ao ano.
Segundo o relatório, o lucro líquido dos bancos somou 132 bilhões de reais e bateu novo recorde, superando a marca anterior, de 120 bilhões de reais, registrada em 2019.
O Banco Central atribuiu o lucro recorde do ano passado ao crescimento da taxa de juros e à redução das despesas com provisões (recursos que ficam apartados para fazer frente a eventuais perdas), além de ganhos de eficiência.
“A rentabilidade do sistema deve se manter resiliente, mas os lucros tendem a crescer em ritmo mais lento. O cenário para 2022 é de atividade econômica mais fraca, menor crescimento do crédito, normalização da inadimplência e custo de captação e operacional mais altos”, apontou o BC.
O relatório também avaliou que “não há risco relevante para a estabilidade financeira” no Brasil e que “os testes de estresse de capital demonstram que o sistema bancário está preparado para enfrentar todos os choques macroeconômicos simulados. O sistema financeiro nacional mantém provisões adequadas ao nível de perdas esperadas com crédito e capitalização e liquidez confortáveis”.
Ainda segundo o documento, o desempenho do sistema bancário do Brasil, está em linha com a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB), que no último trimestre de 2021 situava-se acima do nível pré-pandemia.
“O sistema bancário mantém-se sólido e apto a sustentar o regular funcionamento da economia”, acrescentou o Banco Central.