Rio de Janeiro – O Procurador-Geral da República (PGR) do Brasil, Augusto Aras, descartou nesta segunda-feira a perspectiva de “turbulências” nas eleições presidenciais brasileiras de 2 de outubro e garantiu a confiabilidade do sistema de urnas eletrônicas adotado desde 1996 pelo país sul-americano, a maior economia da América Latina.
“Quem ganhar a eleição assumirá a presidência sem turbulências”, disse Aras em uma entrevista com os correspondentes de imprensa estrangeiros na sede da Procuradoria -Geral da República.
Aras explicou que não acredita que exista no Brasil um efeito Capitólio, em alusão à invasão do Congresso dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021 por parte de seguidores do presidente Donald Trump desconhecendo a vitória do democrata Joe Biden.
“Pela natureza de nosso sistema político e de nosso eleitorado não acreditamos em algo como o de 6 de janeiro”, disse Aras, ao ser perguntado sobre as dúvidas expostas sobre o sistema eletrônico de votação brasileiro por parte do presidente Jair Bolsonaro, que será candidato à reeleição.
Aras disse que a posição da Procuradoria-Geral é não estar de acordo com uma eventual campanha contra o sistema de votação.
Não obstante, destacou que “todo sistema eletrônico deve ser aperfeiçoado” e afirmou que não é possível falar de “fraude”, ao defender a transparência do sistema eleitoral brasileiro
“A urna eletrônica tem mostrado êxito’ ao longo dos anos na integridade das eleições, mas todo sistema pode garantir uma segurança jurídica e factual maior. Não queremos dizer com isso que devemos voltar ao voto de papel, que, no Brasil de antigamente, era um sistema no qual se cometia fraude”, ressaltou o Procurador-geral.
Em outro momento da entrevista, Aras destacou a iniciativa da Procuradoria- Geral da República para aumentar a fiscalização na floresta amazônica, principalmente contra organizações criminosas vinculadas à pesca ilegal, à mineração ilegal, à exploração ilegal de madeira e ao tráfico de drogas.
“Temos todo interesse em poder desenvolver estratégias com outros países que possam contribuir conosco na fiscalização. A mudança de paradigma é a prevenção”, afirmou.
Nesse sentido, disse que a Procuradoria-geral brasileira estuda, com a incorporação de novos promotores na região da Amazônia, floresta na qual 60% estão dentro do território brasileiro, adotar um sistema de vigilância com drones desenvolvido por um professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).