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Embaixada chinesa destaca consenso entre China e Brasil no âmbito do BRICS

Brasília – A 14ª Cúpula do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, realizada na semana passada, marcou um novo momento na história do grupo e o consenso alcançado por China e Brasil confirma a intenção de ambas as partes de uma parceria cada vez mais profunda e ampliada.

Foram essas as palavras usadas pelo Encarregado de Negócios da Embaixada da China no Brasil, Jin Hongjun, para resumir os resultados da reunião de cúpula e os eventos associados.

Jin realizou uma coletiva de imprensa virtual que contou com a participação de jornalistas dos principais meios brasileiros e da imprensa internacional, além de importantes personalidades acadêmicas.

Durante a entrevista, Jin lembrou que na semana passada foram realizados, sob a presidência da China, três eventos de grande relevância: o Fórum Empresarial do BRICS, a 14ª Cúpula do BRICS e o Diálogo de Alto Nível sobre Desenvolvimento Global, nos quais o presidente Xi Jinping fez observações guiadas pela salvaguarda dos interesses comuns e de longo prazo para a humanidade.

“Suas propostas foram bem recebidas pelos líderes presentes na Cúpula e pela comunidade porque orientam o futuro do mecanismo do BRICS, aplanam o caminho para a melhora dessa associação e abrem perspectivas para que o BRICS desempenhe um papel ainda maior nos assuntos internacionais”, afirmou Jin.

Segundo ele, essa cúpula é um novo marco na história do BRICS e as declarações do presidente Xi Jinping terão repercussões de grande alcance na evolução da ordem internacional, na melhora da governança mundial e no progresso comum de toda a humanidade.

Os impactos podem ser resumidos em quatro aspectos. Em primeiro lugar, apresentar uma solução baseada na coesão para levar a paz e a estabilidade para o mundo.

“A história tem demonstrado que o hegemonismo, a política de poder e a disputa entre blocos ideológicos só desembocam em conflitos armados”, afirmou.

Para ele, é hora de abandonar a mentalidade da Guerra Fria, na qual só um lado pode ganhar e passar a respeitar e garantir a segurança de todos e cada um dos países.

“Para tal, o presidente Xi Jinping apresentou a Iniciativa de Segurança Global, segundo a qual, os países devem adotar uma visão de segurança comum, integral ,cooperativa e sustentável; devem observar os propósitos e princípios da Carta da ONU”, enfatizou.

A China está disposta a trabalhar com os parceiros do BRICS para pôr em prática esta Iniciativa, com a finalidade de construir um novo tipo de relações internacionais baseadas no respeito mútuo, na equidade, na justiça e na cooperação na qual todos saiam ganhando.

O segundo objetivo consiste em criar um consenso, centrado no desenvolvimento, para promover a sustentabilidade global.

O desenvolvimento dos países se vê prejudicado pela interrupção das cadeias de produção e fornecimento e pelo aumento dos preços dos produtos básicos, o que afeta especialmente os mercados emergentes e os países em desenvolvimento.

O terceiro aspecto é criar um impulso centrado na inovação para fomentar uma cooperação mutuamente benéfica e vantajosa.

“Em um mundo pendente da recuperação na pós-pandemia, uma associação de alta qualidade como a do BRICS tem um significado especial para o progresso do mundo nas novas circunstâncias. O presidente Xi Jinping destacou que a inovação é o principal motor do desenvolvimento”, afirmou.

Em quarto lugar, em um espírito de abertura, a proposta é aproveitar a colaboração dos países em desenvolvimento em sua busca por autonomia.

“Como assinalou o presidente Xi Jinping, o BRICS não é um clube fechado nem um grupo excludente, mas sim, uma grande família solidária e uma associação para obter benefícios compartilhados” comentou.

Com a primeira ampliação de membros, o Novo Banco de Desenvolvimento proporcionará apoio financeiro a mais países em desenvolvimento e terá mais voz e ação no sistema financeiro internacional.

“Nas novas circunstâncias, é ainda mais importante que o BRICS se abra ao desenvolvimento e adote a cooperação”, ressaltou.

Jin Hongjun destacou também o papel que tem o Brasil como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, como membro fundador do BRICS e como única nação latino-americana a integrar esse mecanismo.

“Durante quase meio século, China e Brasil vem desenvolvendo suas relações de forma constante e saudável, têm uma grande convergência de interesses na política internacional e nos assuntos multilaterais e, portanto, são inseparáveis como parceiros estratégicos globais”, destacou.

O consenso alcançado pelos líderes da China e do Brasil nesta série de eventos no marco do BRICS demonstra a grande importância que ambas as partes concedem a uma parceria cada vez mais profunda e ampliada.

“A China está disposta a trabalhar com o Brasil para intensificar as consultas no âmbito do BRICS e em outros fóruns bilaterais e multilaterais, em busca de um maior desenvolvimento e impacto global de nossas relações na nova era”, afirmou o Encarregado de Negócios da Embaixada da China no Brasil. 

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