Genebra, 10 jan – A entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) criou uma situação de ganha-ganha, disse Lu Xiankun, diretor-gerente da instituição de consultoria LEDECO Genebra.
Em uma recente entrevista à Xinhua, Lu disse que a China alcançou um desenvolvimento sem precedentes através de sua integração ao sistema multilateral de comércio e que outros membros da OMC também se beneficiaram muito da transformação e abertura da economia de mercado da China.
Antes de criar em 2017 o LEDECO Genebra, que está em estreita colaboração com organizações internacionais, Lu trabalhou por muitos anos na área de comércio internacional.
O ano de 2021 marcou o 20º aniversário da adesão da China à OMC. Nas últimas duas décadas, o ranking global do agregado econômico da China subiu do sexto para o segundo lugar. Seu ranking de comércio de bens subiu do sexto para o primeiro lugar, enquanto o de seu comércio de serviços saltou do 11º para o segundo.
Lu citou estudos relevantes de que as taxas de crescimento econômico e comercial de novos membros, incluindo a China, são maiores do que as dos membros fundadores após sua adesão à OMC, devido, em parte, a uma maior abertura de mercado.
A China cumpriu seriamente seus compromissos na OMC e implementou com pontualidade as emendas relevantes às leis e regulamentos, disse Lu.
Lu acredita que desde a adesão da China à OMC, há 20 anos, o país proporcionou um enorme e crescente mercado para as exportações de outros membros da OMC.
A China tornou-se agora o maior parceiro comercial de mais de 50 países e regiões, e um dos três maiores parceiros comerciais de mais de 120 países e regiões. Desde 2008, virou o principal destino das exportações dos países menos desenvolvidos.
Nos últimos 20 anos, o nível geral de tarifas da China caiu para 7,4%, de 15,3% em 2001, abaixo dos 9,8% prometidos pelo país ao entrar na OMC. Entre os setores de comércio de serviços, a China abriu mais de 120, muito além dos 100 prometidos pelo país.
Ao mesmo tempo, a China vem participando ativamente de várias atividades da OMC, constantemente aprendendo, crescendo e gradualmente emergindo como um participante na formulação de regras, e também tem desempenhado um papel de liderança em alguns campos, disse Lu, citando negociações plurilaterais como a Facilitação de Investimentos para o Desenvolvimento e o Diálogo Informal sobre Poluição Plástica e Comércio Ambientalmente Sustentável de Plásticos.
Lu disse que, com o crescimento da economia da China e o aumento de seu status internacional, a OMC e seus membros têm expectativas mais altas para a China, esperando que a China tenha um papel de liderança e faça contribuições mais alinhadas com sua força e status atuais.
Lu disse que, para lidar com os impactos duais da crise econômica e da pandemia de COVID-19, alguns países adotaram medidas restritivas com unilateralismo e protecionismo comercial, mas essas medidas não são boas “prescrições” para a crise, e só podem piorar a situação.
Um relatório recente da OMC mostra que os membros estão gradualmente retirando medidas restritivas ao comércio, enquanto as medidas de facilitação do comércio aumentaram muito, disse Lu.
“Este é precisamente o papel das regras relevantes da OMC, que restringem o impulso político de abordar o unilateralismo e protecionismo de alguns membros e seus líderes. Isso indicou plenamente que o valor núcleo e o papel do sistema multilateral de comércio não serão marginalizados por causa de eventos isolados.”
Lu disse que, embora a globalização econômica tenha enfrentada algumas marés adversas e a cadeia industrial global esteja passando por alguns ajustes, não ocorreram mudanças fundamentais.
Os intercâmbios econômicos entre países como a China e os Estados Unidos ainda estão estreitamente entrelaçadas e ainda mais fortalecidas, acrescentou Lu.
