Mombasa, Quênia, 7 jan – A China está pronta para propor a “Iniciativa de Desenvolvimento Pacífico no Chifre da África” para apoiar os países regionais no tratamento dos desafios de segurança, desenvolvimento e governança, disse o conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, nesta quinta-feira.
Wang apresentou as opiniões da China sobre a situação atual no Chifre da África ao se reunir com jornalistas após conversas com a secretária do Gabinete das Relações Exteriores do Quênia, Raychelle Omamo.
O Chifre da África, embora com uma localização estratégica única e grande potencial de desenvolvimento, tem experimentado nos últimos anos uma escalada de questões problemáticas e o surgimento de conflitos e confrontos, que são contrários aos interesses dos povos da região e precisam ser detidos, explicou Wang.
A China está disposta a propor a iniciativa de apoio à região para a obtenção da estabilidade, da paz e da prosperidade a longo prazo.
Primeiro, o Chifre da África deve fortalecer o diálogo intrarregional para superar os desafios de segurança, disse.
Os países e as pessoas da região devem ficar fora da competição geológica entre os grandes países, seguir firmemente o caminho da unidade e do autoaperfeiçoamento, mantendo o destino da região em suas próprias mãos através de consultas iguais, ressaltou Wang.
Recomenda-se que os países da região realizem uma conferência de paz para conduzir discussões aprofundadas, chegar a um consenso político e coordenar ações conjuntas sobre esta questão, disse.
A China está pronta para nomear um enviado especial para os assuntos do Chifre da África do Ministério das Relações Exteriores chinês, para fornecer o apoio necessário a este processo, acrescentou.
Em segundo lugar, o Chifre da África deve acelerar a revitalização regional para superar os desafios de desenvolvimento.
A região deve expandir e fortalecer, bem como estender aos países vizinhos pontualmente, os dois eixos principais da ferrovia Mombasa-Nairobi e da ferrovia Etiópia-Djibuti, enquanto acelera o desenvolvimento ao longo das costas do Mar Vermelho e da África Oriental, de modo a formar um quadro de desenvolvimento de “dois eixos mais duas áreas costeiras”, indicou Wang.
Os países da região também devem acelerar a construção de cinturões industriais e econômicos, criar mais empregos e promover o crescimento e aumentar a capacidade de desenvolvimento autônomo para acompanhar o ritmo dos tempos, salientou.
Terceiro, o Chifre da África deve explorar maneiras eficazes de superar os desafios de governança.
A China apoia os países da região na busca de caminhos de desenvolvimento que se adaptem às suas próprias condições nacionais, disse ele, acrescentando que o Chifre da África deve reforçar os intercâmbios sobre governança nacional, compartilhar experiências úteis entre si e eliminar os gargalos de gestão.
Os países da região devem lidar adequadamente com as várias disputas étnicas, religiosas e regionais de maneira africana e construir um ambiente unido, estável e harmonioso para o desenvolvimento do Chifre da África, disse.
Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e parceiro sincero da África, Wang enfatizou, a China irá aprofundar a sinergia entre a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento da África, dando passos sólidos para avançar os “nove programas” apresentados no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), envidar esforços incessantes e desempenhar um papel construtivo na paz e no desenvolvimento do Chifre da África.