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Portugal recebe investimento brasileiro no setor de vinho

Lisboa, 27 nov (Xinhua) – Muitos empresários brasileiros estão deixando a América do Sul para investir no setor de vinho em Portugal, em busca da realização de um sonho, de um produto de melhor qualidade e ainda mais fácil acesso ao mercado europeu e internacional.

As regiões do Vale do Douro e do rio Dão, no norte de Portugal, o Alentejo (no sul) e a Ilha dos Açores são os locais mais escolhidos pelos empresários.

Frederico Falcao, presidente da ViniPortugal (Organização Interprofissional do Vinho de Portugal), disse em entrevista à Xinhua que considera esta migração como “muito positiva”, pois “estimula o mercado em Portugal e dá mais visibilidade no mercado brasileiro”.

“Na minha opinião, este movimento está intimamente relacionado com o prestígio que os vinhos portugueses têm no Brasil. Esta excelência começa a ser reconhecida e atrai investidores brasileiros para a aquisição de empresas vitivinícolas em Portugal” explica Falcao.

Com uma área de 192 mil hectares dedicados ao cultivo da uva para a produção de vinho, Portugal é hoje um dos principais mercados vitivinícolas da Europa, com um volume de negócios superior a 2 mil milhões de euros (2,26 mil milhões de dólares americanos), segundo a ViniPortugal.

O Vale do Douro foi o destino escolhido por uma dupla de empresários brasileiros, que decidiram apostar na produção de vinho ao fundar a Menin Wine Company (MWC).

Um dos sócios é Cristiano Gomes, membro do conselho de administração do Banco Inter, e o outro é Rubens Menin, dono da construtora MRV e da rede de televisão CNN Brasil.

Quando chegou a Portugal, Gomes encontrou um panorama que lhe chamou a atenção: Portugal consegue produzir vinhos da mesma qualidade das regiões mais famosas de França e Itália ou Espanha mas não tem o reconhecimento internacional da feira como esses outros países.

A partir daí, disse ele, surgiu a ideia de investir exatamente nesta região, pois seria mais barata, se comparada a outros países da Europa, que são famosos.

Após um investimento inicial de cerca de 30 milhões de euros, os empresários adquiriram vários terrenos, adegas e marcas de vinho.

O empresário considera a situação como uma oportunidade de investimento e crescimento para levar o vinho português ao lugar que deveria estar, como a Ásia.

“No médio prazo, a Ásia é um mercado muito interessante”, disse Gomes.

“Como o hábito de beber vinho é novo na China, está sendo adotado principalmente pela população com mais poder aquisitivo. Os chineses têm comprado mais vinhos sofisticados do que simples” observou ele.

Outro empresário brasileiro que decidiu investir em Portugal foi Alberto Weisser, ex-CEO global do grupo Bunge que, junto com sua esposa Gabriela Mascioli, adquiriu uma propriedade de 800 hectares no Alentejo cuja história remonta ao século XV.

“Queremos também ajudar Portugal a mudar o seu patamar” no mercado mundial do vinho, disse Weisser, defendendo que o vinho português “não consegue manter a imagem de um produto ‘barato'”. (1 euro = 1,13 dólar americano) 

Agência Xinhua

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