Paris/Londres — Trinta e um migrantes morreram na quarta-feira quando seu barco inflável afundou em Calais, no norte da França, anunciou o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin. O barco partiu para cruzar o Canal da Mancha para o Reino Unido.
A Organização Internacional para as Migrações afirmou que foi a maior perda de vidas no Canal desde que começou a coletar dados em 2014.
“Por volta das 14:00h, um pescador relatou a descoberta de cerca de quinze corpos flutuando ao largo de Calais”, relatou a rádio francesa France Info.
O presidente francês, Emmanuel Macron, ordenou um “reforço imediato de recursos para a Frontex nas fronteiras externas da UE”.
A França não permitirá que o Canal se torne um “cemitério”, disse Macron.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, escreveu no Twitter que “Estou chocado e profundamente triste com a perda de vidas no mar no Canal da Mancha. Meus pensamentos estão com as vítimas e suas famílias. Agora é a hora de todos nós intervirmos, trabalharmos juntos e fazermos tudo o que pudermos para impedir essas gangues que estão escapando impunes de um assassinato”.
Enquanto isso, Darmanin chegou a Calais no final da noite, onde se encontrou com a prefeita de Calais, Natacha Bouchart, no hospital onde os migrantes resgatados estão sendo tratados. Ele reafirmou a natureza criminosa dos contrabandistas que organizam essas travessias.
A promotoria de Dunquerque anunciou a abertura de uma investigação por “assistência para entrada ilegal em um grupo organizado” e “homicídio culposo”.
O governo britânico anunciou em julho que reformulará seu sistema de asilo para tornar crime chegar deliberadamente ao país sem permissão.
Em relatório publicado no dia 19 de novembro, a Prefeitura Marítima do Canal da Mancha e do Mar do Norte disse ter registrado 31.500 tentativas de embarque para a Grã-Bretanha. E 7.800 migrantes foram resgatados desde o início do ano, enquanto sete pessoas morreram ou desapareceram.