Rio de Janeiro — As vendas do comércio varejista brasileiro, um dos motores da economia do país, caíram 1,3% em setembro comparadas com agosto, no segundo mês de queda, e terminaram o terceiro trimestre com uma baixa de 0,9% com relação ao segundo trimestre, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em comparação com setembro de 2020, as vendas no varejo tiveram uma queda ainda maior, de 5,5%. No acumulado do ano, o setor registra um aumento de 3,8% comparado aos primeiros nove meses do ano passado, enquanto que nos últimos 12 meses até setembro, o indicador tem uma taxa positiva de 3,9%.
Com o resultado de setembro, as vendas no varejo retrocederam 0,4% em comparação com o nível que tinham quando a pandemia da COVID-19 chegou ao país.
“Depois da grande queda de abril do ano passado, início da pandemia, veio uma recuperação muito rápida que levou ao patamar recorde de outubro e novembro de 2020.
Depois tivemos um primeiro rebatimento com uma nova queda forte em dezembro e dois meses variando muito próximo do mesmo nível pré-pandemia, até março, mês a partir do qual houve nova trajetória de recuperação”, disse o IBGE.
Não obstante, o instituto ressaltou que “desde fevereiro de 2020, o setor varejista experimenta muita volatilidade”.
Em setembro, seis dos oito setores varejistas analisados tiveram um resultado negativo em comparação com agosto, liderados por equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-3,6%), móveis e eletrodomésticos (-3,5%) e combustíveis e lubrificantes (-2,6%).
O único setor com um resultado positivo foi o de artigos farmacêuticos, médicos e perfumaria (0,1%), enquanto que o de livros, jornais e revistas ficou em 0%.
Segundo o IBGE, a alta inflação deste ano no país é a responsável pela queda das vendas varejistas em setembro. “O componente que empurra o volume para baixo é a inflação. As mercadorias subiram de preço. Em combustíveis e lubrificantes, por exemplo, a receita foi -0,1%, totalmente estável, e o volume caiu 2,6%”, afirmou o IBGE.
O resultado do comércio varejista em setembro reflete as turbulências que a economia brasileira está atravessando, com uma alta inflação e desemprego, além da incerteza política devido às eleições presidenciais do próximo ano.
O mercado financeiro reduziu nas últimas semanas sua previsão de crescimento econômico este ano para 4,93%, enquanto que para 2022 a estimativa é de um crescimento de 1%.