Roma — As relações bilaterais entre a China e os Estados Unidos nos últimos anos sofreram um impacto geral devido à política errada em relação à China seguida pelos Estados Unidos, disse neste domingo o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, durante seu encontro com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Os Estados Unidos interferiram desenfreadamente nos assuntos internos da China, destacou Wang, observando que o atual Congresso norte-americano apresentou mais de 300 projetos de lei anti-China, e que o país incluiu mais de 900 entidades e indivíduos chineses em várias listas de sanções unilaterais, o que perturbou gravemente as trocas bilaterais normais.
Além disso, os Estados Unidos também estão costurando vários pequenos círculos para suprimir a China em escala global, e até exercendo pressão sobre muitos países pequenos e médios, acusou Wang, acrescentando que essas práticas não estão de acordo com os interesses dos povos dos dois países, com as expectativas da comunidade internacional, com a tendência de desenvolvimento da época e, portanto, a China expressa sua clara oposição.
A importante experiência acumulada nas últimas quatro décadas desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países é que tanto a China quanto os Estados Unidos têm a ganhar com a cooperação e perder com o confronto, lembrou Wang, salientando que os dois lados aprenderam com os contatos em Anchorage, Tianjin e Zurique que devem respeitar-se mutuamente e tratar-se igualmente.
O secretário-geral das Nações Unidas tem repetidamente apelado ao mundo para evitar a divisão e evitar uma nova guerra fria, destacou Wang, ressaltando que o importante consenso alcançado pelos chefes de Estado da China e dos Estados Unidos durante as duas conversas telefônicas neste ano é que os dois lados devem reiniciar o diálogo e evitar o confronto.
A tarefa urgente no momento é que os dois lados implementem seriamente o consenso alcançado pelos seus chefes de estado, façam os preparativos políticos e forneçam as condições necessárias para a próxima fase de intercâmbios, enfatizou Wang.
Ele expressou a disposição de estabelecer contatos regulares com Blinken para trocar opiniões oportunas e de maneira franca sobre como gerenciar e controlar as diferenças entre os dois lados, resolver adequadamente os problemas que surgirem, de modo a melhorar o entendimento, eliminar dúvidas, evitar julgamentos equivocados e explorar cooperação.
A questão de Taiwan é a mais sensível entre a China e os Estados Unidos, explicou Wang, apontando que se for tratada de forma errada, causará danos subversivos e gerais aos laços bilaterais.
Wang destacou que, recentemente, a situação através do Estreito de Taiwan tornou-se tensa novamente, e os Estados Unidos afirmaram repetidamente que isso foi causado pela mudança do status quo da China, mas isso não é um fato, mas um sério engano para a comunidade internacional.
Ele enfatizou que o verdadeiro status da questão de Taiwan é que há apenas uma China, Taiwan é parte da China e o continente chinês e Taiwan pertencem ao mesmo país, observando que experiências históricas provaram repetidamente que qualquer mudança neste status quo prejudicará seriamente a estabilidade através do Estreito de Taiwan e até mesmo criará uma crise.
O ponto crucial da situação atual no Estreito de Taiwan é que as autoridades de Taiwan tentaram repetidamente romper a estrutura de uma só China e a conivência e o apoio dos Estados Unidos às forças de “independência de Taiwan” também são culpados, acusou Wang, enfatizando que parar o desenvolvimento da tendência de “independência de Taiwan” é manter a paz através do Estreito.
Exigimos que os Estados Unidos percebam os graves danos da “independência de Taiwan”, busquem uma política real de uma só China, em vez de uma falsa, para cumprir seus compromissos com a China de forma fiel, em vez de traiçoeira. Também instamos os Estados Unidos a realmente implementarem a política de uma só China e a colocarem em ação, em vez de dizerem uma coisa e fazerem outra, salientou Wang.
Por sua vez, Blinken reiterou que os Estados Unidos continuarão a aderir à política de uma só China e que os dois lados devem desenvolver relações bilaterais no espírito de respeito mútuo. Os Estados Unidos estão dispostos a manter comunicação com a China, administrar as diferenças com responsabilidade e evitar confrontos ou crises, observou ele.
Wang também expressou a preocupação solene da China sobre várias questões em que os Estados Unidos prejudicaram os direitos e interesses legítimos da China e solicitou que o lado norte-americano mude seu curso e coloque as relações bilaterais de volta ao caminho do desenvolvimento saudável.
Os dois lados também trocaram opiniões sobre questões importantes, como mudança climática, fornecimento de energia, questão nuclear do Irã, situação na Península Coreana, Mianmar, Afeganistão, e expressaram sua disposição de manter o diálogo sobre a abordagem de vários desafios globais.