Por Ahmed Shafiq
Cairo, 22 out (Xinhua) — Um engenheiro mecatrônico egípcio inventou um robô que pode extrair água potável condensando a umidade do ar e transformá-la em água potável usando inteligência artificial.
“Comecei a pensar em desenvolver esta tecnologia para absorver a umidade do ar e transformá-la em água desde 2013”, disse à Xinhua, Mahmoud El-Komy, vencedor do Prêmio de Invenção de Genebra.
O engenheiro, da cidade de Tanta, no norte do Egito, disse que se inspirou nos voos da NASA para Marte. O clima em Marte é conhecido por ser saturado com altos níveis de umidade, embora ao mesmo tempo seja muito seco.
A tecnologia de geração de água a partir da umidade não é novidade, disse ele, mas as tecnologias disponíveis agora não são capazes de operar em condições difíceis.
“Depois de obter água pura por meio do processo de condensação de umidade, o processo de adição de sais minerais começa até que se torne potável”, disse ele à Xinhua.
“Esses sais são adicionados por meio de tecnologia de inteligência artificial em proporções que atendem aos padrões da Organização Mundial de Saúde. Testo em laboratório cedido pelo Ministério do Meio Ambiente do Egito para garantir a qualidade da água e isso me ajuda a desenvolver o projeto para obter água de acordo com os padrões internacionais”, citou ele.
Um dos motivos mais importantes que o levaram a pensar em construir essa tecnologia são as dificuldades de obtenção de água potável.
“Há um grande aquecimento global que tem causado um aumento da umidade no mundo, e isso me levou a desenvolver uma tecnologia para extrair água da umidade a fim de manter o equilíbrio ecológico, reduzindo a umidade e a explorando para gerar água”, disse ele.
O engenheiro egípcio observou que dessalinizar a água do mar custa caro, pois cada litro custa cerca de 20 centavos de dólar americanos, enquanto o custo de gerar um litro de água por seu dispositivo custa apenas 1,5 centavos.
O dispositivo pode ser usado no deserto e obter energia por meio de painéis solares, assim, muitas cidades no deserto podem ser recuperadas sem altos custos, acrescentou ele.
“O robô consome 60 watts de energia diariamente, o que é modesto em comparação com outras tecnologias de geração de água. Na Terra, ele pode gerar até 24 litros de água por dia”, observou El-Koumy.
Com a mesma tecnologia, usinas que geram até 50 mil litros de água por dia podem ser construídas em áreas desérticas onde não há fontes naturais de água, segundo o engenheiro.
“Espero que o robô seja usado por cientistas espaciais em suas viagens a Marte e que essa tecnologia ajude os cientistas a tornarem o sonho da vida humana em Marte uma realidade algum dia”, disse El-Koumy.