Washington — O ex-secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, faleceu aos 84 anos de complicações por COVID-19 na segunda-feira, desencadeando um debate acalorado sobre a eficácia das vacinas nos Estados Unidos.
“O general Colin L. Powell, ex-secretário de Estado dos EUA e presidente do Estado-Maior Conjunto, faleceu esta manhã devido a complicações por COVID-19”, escreveu a família Powell em uma publicação no Facebook na segunda-feira, observando que Powell tinha sido totalmente vacinado. Ele estava sofrendo de sérias condições latentes.
O falecimento de Powell aumento a crença daqueles que se opõem às vacinas no país, mas especialistas em saúde enfatizaram que a morte de Powell foi uma exceção à proteção das vacinas, não uma prova que elas não funcionam.
“Enquanto Powell estava totalmente vacinado, ele também tinha mieloma múltiplo, um câncer que suprime a resposta imunológica do corpo”, disse Gwen Nichols, diretora-médica da Sociedade de Leucemia e Linfoma dos EUA.
“O mieloma múltiplo não é curável, então, embora ele estivesse ou não em tratamento ativo, a doença e idade o tornam mais vulnerável a infecções, complicações e morte”, explicou ela.
Powell lutou contra outros riscos elevados de COVID-19 grave.
Além do mieloma múltiplo, Powell teria feito uma cirurgia para câncer de próstata quando era secretário de estado dos EUA e, mais recentemente, doença de Parkinson.
As condições neurológicas estão entre as citadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) como potencialmente impulsionadoras do risco de COVID-19 grave em pacientes.
“Temo que as pessoas dirão que a vacina não o ajudou”, disse Robert Murphy, diretor-executivo do Instituto de Saúde Global da Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern.
“Mas a taxa de mortalidade de pessoas vacinadas é 11 vezes menor do que as não vacinadas. As pessoas ainda morrem da doença, especialmente se você tem 84 anos e tem riscos de saúde subjacentes. Ele infelizmente foi um deles, mas tinha um risco muito alto”, Murphy foi citado pelo USA Today.
Os especialistas enfatizaram que a morte de Powell não demonstra a futilidade das vacinas, mas ressalta a importância de todos serem vacinados para proteger os mais vulneráveis da sociedade.
Um novo estudo do CDC publicado na terça-feira mostra que entre os pacientes americanos hospitalizados com idades entre 12 e 18 anos, a eficácia de duas doses da vacina Pfizer-BioNTech contra a hospitalização por COVID-19 durante junho a setembro foi de 93 por cento.
Pessoas não vacinadas têm um risco 11 vezes maior de morrer de COVID-19 do que pessoas totalmente vacinadas, de acordo com outro estudo do CDC publicado recentemente.
Além disso, o estudo mostra que pessoas não vacinadas têm uma chance seis vezes maior de testar positivo para COVID-19 do que pessoas totalmente vacinadas.
“A morte do ex-secretário de Estado, Colin Powell, por complicações de COVID-19 significa o mais recente alerta na longa batalha dos Estados Unidos contra o vírus, demonstrando o risco contínuo que a pandemia representa para as vidas americanas”, segundo um relatório do The Hill.