Sydney — As rochas vulcânicas basálticas coletadas pela sonda lunar chinesa Chang’e-5 têm cerca de 2 bilhões de anos, identificadas como as rochas vulcânicas mais jovens encontradas na Lua até agora, de acordo com uma pesquisa internacional publicada na revista Science nesta sexta-feira.
O professor Alexander Nemchin, do Centro de Ciência e Tecnologia Espacial da Universidade Curtin da Austrália, principal autor da pesquisa, afirmou que os cientistas determinaram a idade das amostras de rocha lunar durante sessões remotas com o laboratório de Beijing usando grandes espectrômetros de massa que ajudaram a revolucionar a geologia, semelhantes à Instalação de Microssonda de Íon de Alta Resolução Sensível (SHRIMP, em inglês) de Curtin.
As amostras de rocha foram coletadas durante a missão lunar de Chang’e-5 em dezembro de 2020, e foi a primeira vez que qualquer nação coletou rochas da Lua desde 1976.
Nemchin disse que, depois de analisar a química das rochas, eles descobriram que as amostras eram 1 bilhão de anos mais novas do que as rochas coletadas anteriormente na Lua.
A coautora professora Gretchen Benedix, também do Centro de Ciência e Tecnologia Espacial de Curtin, observou que os novos resultados fornecerão aos pesquisadores mais pontos de calibração para a cronologia de crateras, lhes permitindo derivar idades mais precisas e de maior resolução em muitas superfícies planetárias.
“Esses resultados confirmam o que os especialistas previram há muito tempo com base em imagens da Lua obtidas remotamente e levantam outras questões sobre por que esses jovens basaltos existem”, disse Benedix.
A tarefa agora se voltará para encontrar um mecanismo que explique como este aquecimento relativamente recente da Lua pode ter apoiado a formação de magmas basálticos com temperaturas superiores a 1.000 graus Celsius e, finalmente, ajudar os pesquisadores a melhorarem a datação de todo o Sistema Solar.