Rio de Janeiro – O Brasil chegou aos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, inaugurados nesta terça-feira, buscando permanecer entre os dez primeiros no quadro geral de medalhas, algo que conseguiu nas três últimas edições do evento e, se possível, melhorar o oitavo lugar obtido nos Jogos do Rio 2016.
Outro objetivo no Japão é conquistar sua medalha paralímpica dourada número 100. Atualmente, o Brasil soma 87 ouros, dos quais 65 obtidos a partir de Atenas 2004.
“Apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, estamos otimistas em conseguir uma grande participação em Tóquio. O atletismo viaja com sua segunda maior delegação, menos apenas do que a da edição passada, realizada em casa. Além disso, os atletas convocados para a natação, e halterofilismo figuram entre os oito melhores do ranking mundial, o que nos enche de esperanças na busca de grandes resultados”, afirmou o diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Alberto Martins da Costa.
A delegação brasileira tem 260 atletas (incluindo atletas sem deficiência que atuam como guias, goleiros, timoneiros e outros), sendo 164 homens e 96 mulheres, além das comissões técnica, médica e administrativa, totalizando 434 pessoas.
O país disputará 20 modalidades e a expectativa é conquistar medalhas todos os dias. No Rio 2016, os atletas paralímpicos somaram 72 pódios, com 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes.
A modalidade com o maior número de participantes é o atletismo que deu ao Brasil no Mundial de 2019 um inédito e histórico segundo lugar no quadro de medalhas. No Rio 2016,o atletismo conquistou oito ouros, 14 pratas e 11 bronzes, um total de 33 medalhas e a expectativa es ganhar mais em Tóquio.
Os grandes favoritos são Petrucio Ferreira, nos 100m e 400m da classe T47, Beth Gomes, na categoria F52/F53 no lançamento de disco e Rayane Soares, nos 100m e 400m T13.
Campeão nos 100m e prata nos 400m e no revezamento 4X100m em sua estreia no Rio 2016, Ferreira foi o porta-bandeira do Brasil na abertura dos Jogos nesta terça-feira, acompanhado por Evelyn Oliveira, uma das grandes esperanças do país na bocha, terceira modalidade com mais medalhas para o Brasil.
Outros destaques do atletismo Julio Cesar Agripino, 1.500m da classe T11, Thiago Paulino, lançamento de peso F57, Daniel Martins, dos 400m rasos na T20, Claudiney Baptista e Cicero Valdiran do lançamento de dardo F56/57, Jerusa Jeber, dos 100m da T11, Alessandro Rodrigo, do lançamento de disco F11, Thalita Simplício dos 400m rasos na T11, João Victor Teixeira, lançamento de disco F37 e Lucas Prado nos 100m rasos T11.
A natação, que na última paralimpiada conquistou quatro ouros, sete pratas e oito bronzes, é outro esporte no qual os brasileiros têm se destacado e entre os estreantes com possibilidades de pódio em Tóquio estão Carol Santiago, campeã mundial nos 50m e 100m livre da classe S12, Wendell Belarmino, ouro no Mundial nos 50m livre classe S11, e Gabriel Bandeira, esperança na classe S14.
Outros nomes como Edênia Garcia(S3), Joana Neves(S5), Phelipe Rodrigues(S10) e Cecília Araujo(S8) também chegam com grandes possibilidades.
Tóquio 2020 marcará a despedida do máximo campeão paralímpico do Brasil, o nadador Daniel Dias de 33 anos que disputará os Jogos pela quarta e última vez. Dono de 24 medalhas, 14 delas de ouro, o nadador da classe S5 não está otimista em ampliar sua coleção dourada devido a uma reclassificação na natação paraolímpica que incluiu em sua categoria atletas que competiam antes el classes com menor restrição motora.
Outra tradicional fonte de medalhas para o Brasil é o judô, que terá oito atletas no Japão, com destaque para Alana Maldonado, campeã mundial em 2018 na categoria até 70kg. O judoca Antônio Tenório, de 50 anos, participa de sua sétima paralimpíada em busca da sétima medalha, mas ainda se recupera de problemas graves em decorrência da COVID-19.
Ainda há boas chances com Lucia Teixeira, que foi ao pódio nas duas últimas Paralimpíadas na categoria até 57kg.
Nos esportes coletivos, a seleção brasileira de futebol de 5 buscará seu quinto ouro consecutivo, após conquistar invicta os torneios de 2004 a 2016.
Também no goalball, único esporte exclusivo para atletas com deficiência, o Brasil quer chegar ao ouro após ter obtido uma prata e um bronze Londres 2012 e Rio 2016. A seleção masculina estreou nesta terça-feira com uma goleada 11-2 sobre a Lituânia, atual campeã paralímpica.
Segundo os analistas esportivos locais, o Brasil também tem chances de subir ao pódio no halterofilismo, tênis de mesa, esgrima em cadeira de rodas, voleibol sentado e paracanoagem, entre outros.