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Perfil: Busca da medicina chinesa por um carioca na China

Nanning, 9 ago – Na farmácia do Hospital Internacional da Medicina Zhuang de Guangxi, em Nanning, no sul da China, Gabriel de Moraes pega e examina uma planta.

“Nunca tinha visto esse tipo de medicina”, disse, “muitas ervas aqui são locais e são usadas pela etnia Zhuang.”

O nativo do Rio de Janeiro sempre foi fascinado pelo Kung Fu e pela medicina tradicional chinesa. Seu nome chinês, Xiaolong, é para homenagear seu ídolo Bruce Lee, estrela de filmes de ações e mestre de artes marciais.

“Tenho uma grande história com a cultura chinesa”, disse Gabriel.

Gabriel era terapeuta e curador de uma associação de artes marciais chinesas no Brasil. No segundo andar de sua casa no Rio de Janeiro, tinha um quarto para atendimento de acupuntura e um outro para praticar artes marciais.

Para se especializar em acupuntura, em 2008, ele veio para a China com um grupo de brasileiros num programa de intercâmbio de 3 meses na Universidade da Medicina Chinesa de Beijing. Depois de voltar ao Brasil após o programa, recebeu um convite para trabalhar em um cruzeiro, onde ele tratou pacientes de mais de 14 países.

Atualmente, mesmo morando na China, Gabriel continua ensinando medicina tradicional chinesa para os alunos brasileiros de forma virtual. Ele oferece cursos online de auriculoterapia e acupuntura, e também introduz o uso de ervas. Além disso, ele quer no futuro, quando a pandemia passar, retomar o plano de trazer brasileiros à China para cursos de curta duração.

Por isso, ele realizou uma visita ao Hospital Internacional da Medicina Zhuang de Guangxi para experimentar as terapias tradicionais de etnia Zhuang, como moxabustão, guasha e acupuntura no umbigo.

“As pessoas pensam que só em Shanghai ou Beijing tem grandes hospitais de medicina chinesa. Quero muito mostrar esse hospital em Nanning e suas terapias especiais”, disse.

Gabriel se estabeleceu na China em 2016 após o casamento com sua esposa chinesa, nativa de Nanning, capital da Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi. Foi muito difícil para o carioca se adaptar à vida na China no primeiro ano. Felizmente, ele encontrou Cai Rongkun, curador de uma associação local de artes marciais.

“Nós praticamos semanalmente nesse parque. Um dia desses ele passou por aqui e quis praticar conosco”, contou o mestre Cai,” nunca achei que teria um aprendiz do Brasil.”

“Aprendi muito com ele”, disse Gabriel, “dentro de um mesmo gênero de Kung Fu você tem mestres que praticam de forma diferente. Acho que o Kung Fu chinês está sempre em evolução e crescimento. Você está sempre aprendendo e conhecendo coisas novas.”

Como sua vida sempre foi muito ligada à China, Gabriel quer que sua filha também crie uma raiz chinesa.

“Espero ver um dia ela treinando com meus irmãozinhos chineses.”

Agência Xinhua

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