O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso afirmou que o Partido Comunista da China (PCC) é a “espinha dorsal” da formação da identidade chinesa. Ele também congratulou o PCC por ter realizado tantos êxitos durante seus 100 anos de existência.
“Acho que o PCC foi a espinha dorsal que permitiu a formação de uma noção de ‘Nós’. Quando você cria uma situação em que você tenha inimigos dentro do país, aí fica muito difícil, você tem que unir o país. E a China conseguiu isso, conseguiu se unir ao redor de seus objetivos e quanto eu saiba não fez guerra”, observou o ex-presidente brasileiro em entrevista exclusiva à Xinhua.
Cardoso também relembrou suas visitas à China durante e depois de seu período como mandatário brasileiro. Compartilhando suas impressões do país asiático, o ex-presidente elogiou a experiência chinesa no combate à fome e à pobreza.
“A China conseguiu o que parecia muito difícil. Em primeiro lugar, conseguiu acreditar nela própria. Eu acho que o PCC teve a capacidade de tocar, não só no coração, mas no interesse das pessoas. Deu emprego para muita gente”, observou Cardoso.
O ex-presidente ressaltou o valor e universalidade da luta contra a pobreza. “Lutar pela vida” é uma obrigação de todo o país, independente da forma de governo, afirmou Cardoso.
“(Seja em um) regime capitalista, regime socialista, temos que diminuir a pobreza. Eu acho que nesse caso a China pode ajudar bastante porque hoje dispõe de mais recursos”, explicou o ex-presidente.
A China já é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Tratando das relações sino-brasileiras, Cardoso garantiu que existe uma simpatia entre Brasil e China que precisa ser mantida e cultivada.
O ex-presidente acredita que o Brasil, independente do governante, preservará uma boa relação com a China por conta do sólido vínculo econômico estabelecido entre os dois países, o que não deve significar uma piora de relacionamento com outras nações.
Sobre a crise da pandemia de COVID-19, Cardoso denunciou os boatos inverídicos que tentam associar o novo coronavírus à China e elogiou o comprometimento chinês no combate à pandemia. “Começam uma história contra a China que não é verdade. A China tem tido uma ação responsável, como eu posso ver”, comentou Cardoso.
Por fim, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saudou os recentes esforços de estabelecimento de intercâmbios científicos e culturais entre os dois países. Para o ex-presidente, entender o outro é parte fundamental na manutenção da paz e prosperidade entre as nações.
“É positivo que haja troca de informações, trocas culturais, programas de colaboração. Quanto mais você for capaz de entender o outro, melhor”, concluiu.
“Sem o Partido Comunista não haveria a China de hoje”, afirma a presidente do PCdoB
A presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e vice-governadora do estado de Pernambuco, Luciana Santos, afirmou em entrevista exclusiva à Xinhua que a importância do Partido Comunista da China (PCC) é extraordinária e que “sem o PCC não haveria a China de hoje”.
“Se não houvesse sua fundação em 1921 e o desenvolvimento do PCC, não teríamos esse espetáculo de crescimento e desenvolvimento da sociedade e economia chinesa. Não há força política que possa contestar, ainda que tenha divergências ideológicas, os êxitos da experiência do desenvolvimento do socialismo na China”, comentou a presidente nacional do PCdoB.
Santos ressaltou o grande exemplo oferecido pelas lideranças do PCC ao levarem em consideração as características particulares do país no desenvolvimento do socialismo.
“A partir de 1978, com a política de reforma e abertura, a China inaugurou uma nova fase que respeitava as vocações econômicas do país e serviu de exemplo para todos os povos em via de desenvolvimento”, disse Santos, congratulando o PCC pelos êxitos nas políticas sociais e econômicas elaboradas nos últimos 43 anos e classificando os feitos do partido como “extraordinários”.
“A economia chinesa, que era atrasada e periférica, começou a ultrapassar a economia de países desenvolvidos, construindo um parque industrial avançado com alta tecnologia, eliminando a pobreza extrema no interior, rumo a um progresso social, político e econômico sem precedentes na história da humanidade”, salientou.
Ao comentar as campanhas anticorrupção realizadas pelo PCC, Santos reiterou a importância de ganhar a confiança da população. “Penso que todo aquele que deseja o sonho do socialismo precisa ter respeito pelos recursos públicos e pela produção de riqueza do povo. Isso dá vigor e afirma a autoridade do PCC entre o povo. Considero um feito e um marco muito importante na conduta do PCC”, opinou ela.
Santos também elogiou o sucesso do PCC em erradicar a fome e a pobreza extrema no território chinês.
“Considero que é uma maneira contundente de falar ao mundo que o socialismo dá certo. A China conseguiu eliminar a pobreza extrema do país mais populoso da Terra”, declarou ela, acrescentando que o bem-sucedido exemplo chinês pode ser aplicado ao Brasil.
A vice-governadora de Pernambuco também falou sobre a relação econômica entre os dois países, observando a grande complementaridade comercial que vem sendo construída nos últimos anos. Tratando especificamente de sua região, Santos lembrou que o governo de Pernambuco mantém acordos comerciais e de cooperação com a parte chinesa, afirmou a vontade de desenvolver novos patamares nesse relacionamento e citou oportunidades para o investimento chinês.
Por fim, ela compartilhou suas experiências conhecendo a China, país que visitou em três ocasiões. A vice-governadora se mostrou encantada com a generosidade do povo chinês, que classificou como acolhedor e carinhoso.
“Eu gosto de conhecer a cultura chinesa cada vez mais. O comportamento, o jeito, a diversidade culinária, a beleza e os encantos da música e da dança. É antes de tudo uma felicidade”, completou Santos.
Pesquisador brasileiro cita três grandes conquistas do PCC em cem anos
Em uma aula de português, o professor José escreveu “cuidar do povo chinês” no quadro-negro. Este ano marca o 100º aniversário da fundação do Partido Comunista da China (PCC). No entender dele, para estudar um idioma estrangeiro o aluno deve integrar as histórias do PCC com a cultura do país desse idioma, o que é parte importante no estudo.
José Medeiros da Silva, cujo nome chinês é Shi Ruojie, é doutor em ciência política e professor da Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang.
“O mundo está altamente interligado. O Brasil e a China precisam aprofundar a consciência da importância dessa aproximação como os dois grandes países em desenvolvimento”, acrescentou ele. “Então, o papel do tradutor será um mediador cultural. Como estudante de idioma, precisa encontrar caminhos para facilitar o aprofundamento dessa relação ao aprofundamento dessa amizade.”
José mora na China há treze anos e já se acostumou à vida neste país. Quando olha para esses cem anos do PCC, destaca três grandes feitos do Partido.
Para ele, a primeira grande conquista é que o Partido definiu, desde o início, este grande objetivo: lutar pela vida melhor do povo, lutar pela construção de um país.
O segundo grande feito foi o fato de que a China encontrou seu próprio caminho de desenvolvimento próprio, reforma e abertura. Então, esse é o caminho chinês que não foi fácil. Mas o Partido conseguiu esse caminho de desenvolvimento.
A terceira grande conquista é a eliminação da pobreza absoluta, meta atingida agora justamente no centenário de fundação do Partido.
José tem acompanhado diretamente parte dessas mudanças. Em 2012, foi realizado o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. Naquela época, ele morava em Beijing e observou de perto algumas importantes transformações. “Aliás, desde o 18º Congresso Nacional do PCC, o Partido tem levado o povo chinês a superar muitos desafios e a obter grandiosas conquistas.”
Para ele, a China é um grande país e que tem uma população enorme, então sempre haverá desafios. A vantagem é que, sob a liderança do PCC, o país pode encontrar seu próprio caminho de desenvolvimento e melhorar efetivamente os padrões de vida das pessoas.
“Essas grandes conquistas da China estão diretamente ligadas à capacidade do Partido de unir o povo e o país. O PCC é a espinha dorsal da China. Como pesquisador, é um privilégio poder testemunhar diretamente esse grande acontecimento histórico que é o 100º aniversário da fundação do Partido”, disse José.