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Fundação do PCC é chave para desenvolvimento e progresso do país, apontam especialistas brasileiros

Rio de Janeiro, 30 jun – Autoridades e acadêmicos da China e do Brasil debateram em um seminário nesta terça-feira, o centenário da fundação do Partido Comunista da China (PCC), no qual destacaram seu papel fundamental no desenvolvimento e progresso do país nesses 100 anos.

Organizado pelo Consulado Geral da China em Recife, pela Fundação Maurício Grabois e pela Fundação Leonel Brizola, o seminário, intitulado “Cem Anos de História do PCC, Diálogo Think Tank China-Brasil”, prestou homenagem ao centenário de fundação do Partido.

A consulesa geral da China em Recife (nordeste do Brasil), Yan Yuqing, lembrou que “Esta jornada de 100 anos foi muito marcante na história chinesa. O PCC liderou o povo chinês a conseguir a emancipação e também enriquecer e se fortalecer”.

Além de recordar o passado durante esses 100 anos, Yan afirmou que, “agora, a China apresentou seu 14° plano quinquenal e também as metas visionárias até 2035. Também implementaremos um novo paradigma de desenvolvimento de dupla circulação e, nessas circunstâncias, promoveremos nossa parceria estratégica global com o Brasil, levando nossas cooperações a todos os aspectos para beneficiar nossos povos”.

Por sua vez, a presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, afirmou que “a emergência da China está ligada ao caminho que ela segue, o do socialismo moderno, com feição nacional, e que esse próprio caminho não poderia ser palmilhado se não tivesse na direção de todo o processo ele, que agora está completando cem anos, o Partido Comunista da China”.

Santos, que também é vice-governadora do estado de Pernambuco (nordeste), disse que “as relações entre nossos dois partidos têm sido extremamente proveitosas e cooperativas como devem ser as relações entre Partidos Comunistas irmãos”.

Santos assegurou que “sempre será possível desenvolvê-las em novos patamares, especialmente quando se trata de troca de ideias políticas, troca de delegações quando isso for possível devido à pandemia, realização de seminários e participação em Congressos. Podemos agir mais e melhor nas trocas em relação a eventos culturais e acadêmicos. Desta forma poderemos avançar no conhecimento mútuo e mesmo gerar conhecimento em determinadas áreas específicas”.

O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, considerou que o verdadeiro legado da República Popular da China no mundo pós-pandemia é sua capacidade, cada vez maior, de gestar de forma consciente um Estado e uma sociedade, com base em um projeto e na planificação”.

“A nossa Fundação Maurício Grabois, pela dimensão da experiência da China, tem se dedicado ao estudo e pesquisa deste notável desenvolvimento. Começamos a identificar lições que indicam estarmos diante de uma nova economia de projetamento”, afirmou.

“Isto encontra-se no contexto conduzido pelo presidente Xi Jinping de revitalização nacional e realização do projeto mais avançado da construção socialista com características chinesas para uma nova era”.

Segundo Rabelo, “desde o triunfo da revolução, a República Popular da China se tornou um fator decisivo de defesa e promoção da paz no mundo. Seguindo esse rumo, em novo aporte, o presidente Xi Jinping responde à aspiração comum da humanidade para realização de um mundo harmonioso”.

Para o diretor executivo do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto da América Latina, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Zhou Zhiwei, “com a contínua melhora da cooperação bilateral entre a China e o Brasil, os think tanks e universidades brasileiras criaram uma série de centros de pesquisa e equipes de projetos chineses para promover a compreensão da China a partir de todos os âmbitos da vida no Brasil através de pesquisa e promoção acadêmica sistemática e em profundidade.

“Com o desenvolvimento da cooperação entre o BRICS e a normalização do intercâmbio de think tanks do BRICS, o número de sujeitos envolvidos nos intercâmbios de think tanks entre a China e o Brasil tem aumentado significativamente, e o conteúdo dos intercâmbios de think tanks tem se expandido do intercâmbio de visitas de pessoal no passado até as dimensões da publicação cooperativa, a pesquisa conjunta e a construção de redes acadêmicas”, comentou.

Zhou se mostrou esperançoso de poder “estreitar os laços acadêmicos com as universidades e os grupos de reflexão do nordeste através do diálogo”.

A professora do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Christine Dabat, quis homenagear os jovens idealistas, valentes, destemidos, que criaram há um século a organização cujo centenário se celebra agora. É uma história extremamente rica e complexa”.

O último a falar, o coordenador do núcleo de estudos Brasil-China da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Evandro Menezes, afirmou que “as conquistas socioeconômicas da China são indissociáveis da liderança do Partido Comunista da China”.

Segundo Menezes, “falar da economia da China como a segunda maior do mundo, de seu êxito na erradicação da extrema pobreza, de seus avanços tecnológicos, da modernização de sua infraestrutura, que integrou o país e organizou de maneira mais eficiente a mobilidade nas grandes cidades e seu avanço no desenvolvimento de uma sociedade ecológica é falar também de seu modelo de governança sob a liderança do PCC”.

Menezes lamentou que “no Ocidente, o conhecimento sobre o PCC e sobre a governança da China é ainda superficial e estigmatizado porque é refém de uma visão de mundo que atribui uma conotação negativa a tudo o que não se enquadra no modo ocidental de organização econômica e política da sociedade”.

“O Ocidente, que atualmente parece estar em uma trajetória de reversão das conquistas iluministas, faria bem a si mesmo se ampliasse, sem preconceitos, o seu olhar sobre a China”, ressaltou.

Agência Xinhua

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